“Não pretendemos ranquear ninguém”, diz Haddad sobre exame dos professores

26/05/2010

Ministro da Educação garantiu que a prova não será necessariamente critério único de seleção

Em entrevista na manhã de hoje no programa Gaúcha Atualidade, o ministro da Educação, Fernando Haddad, falou sobre a polêmica do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deverá servir como critério de seleção de professores em redes públicas.

Em contraponto à entrevista com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Roberto Leão, que disse que a prova fará um ranqueamento dos professores, Haddad, destaca que a preocupação da CNTE é legítima. No entanto, ele explica que a proposta do governo é outra.

— O que pode estar acontecendo é que, à luz da reação de alguns dirigentes, é natural que o presidente da CNTE manifeste preocupação com o desvirtuamento da proposta. Não pretendemos ranquear ninguém. O MEC quando faz avaliação, entrega o resultado para quem fez a nomeação, não divulgamos dados individualizados, de nenhum exame, e não será diferente nesse caso — explicou o ministro.

O ministro afirmou que a proposta do governo Federal é dar liberdade para jovens professores escolherem onde querem exercer a profissão, dentre as redes que aderirem o sistema. Segundo ele, nenhum professor que já atua será avaliado.

— Eu não consigo compreender como os sindicatos pode ser contra ampliar as oportunidades de trabalho dos professores. Não estamos querendo aplicar essa prova para quem já está em sala de aula. É uma prova de concurso, para quem não foi contratado ainda.

— Se nós, da União, estamos assumindo a tarefa de formar os professores gratuitamente em universidades públicas ou particulares, temos que garantir que esse aluno tenha as mais amplas oportunidades no país e que possa escolher trabalhar onde melhor lhe tratam.

Um dos protestos levantados pelo CPERS, é que a proposta desrespeita a diferença entre as realidades locais. Haddad esclareceu que o exame não pretende ser um critério único de seleção e que o concurso pode depender de vários elementos.

— Essa prova será um dos elementos de seleção, não será o único. Evidente que um professor tem que saber alfabetizar em qualquer estado, na Bahia ou no RS. Um concurso público tem uma série de elementos. Todos os sistemas estão livres para, primeiro, decidir se vão usar ou não os resultados desse exame, e em segundo lugar, se ele será critério único ou se ele será combinado com outros elementos.

O ministro não descartou a possibilidade de que o Inep possa usar posteriormente os resultados do exame nacional para avaliar a formação dos professores.


Correio: Parceria com o Entorno em prol da educação

26/05/2010

fonte: Correio Braziliense

  • Noelle Oliveira
    Marcelo Ferreira/CB/D.A Press – 2/7/08
    Escola em Planaltina de Goiás: comitê quer melhorar a qualidade de ensino no DF e em seis municípios goianos

    Com o objetivo de integrar o Distrito Federal e o Entorno, o governador Rogério Rosso (PMDB) instalou ontem um Comitê Metropolitano para desenvolver políticas na área de educação em parceria com seis municípios goianos. O grupo — que une DF, Águas Lindas, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Planaltina de Goiás e Valparaíso — dará apoio ao programa Mais Educação, desenvolvido pelo Ministério da Educação desde 2008, e que visa apoiar projetos de educação integral(1) em áreas de risco social.

    Com a parceria, serviços como o aperfeiçoamento de profissionais, oferecido hoje pelo GDF, passarão a capacitar também professores de Goiás. “Não é possível, por exemplo, que a Secretaria Municipal de Educação de Valparaíso não tenha nenhum tipo de contato com a Regional de Ensino de Santa Maria, uma fica do lado da outra. Temos que buscar essa integração para que a gente possa oferecer não só ao DF, como para toda a região, uma educação melhor”, considerou Rosso. O acordo inclui convênios com os municípios — envolvendo tanto recursos financeiros para melhoria de estruturas como reforço de capacitação — no sentido de apoiar o sistema educacional do Entorno. “Não adianta virar as costas para Goiás se nós sabemos que esses municípios são muito carentes e que a educação lá é tão distante da nossa”, concluiu o governador.

    Para o secretário de Educação do DF, Marcelo Aguiar, a criação do comitê é um passo importante para a ampliação e a consolidação da educação integral. No DF, existem 271 escolas do tipo e outras 30 em fase de implementação, totalizando 301 instituições. Dessas, 130 participam do Mais Educação. “Aqui, teremos um comitê com uma característica particular, ao mesmo tempo intermunicipal e interestadual. Nosso objetivo é colocar em prática todas as recomendações do Ministério da Educação”, afirmou o secretário.

    Para a secretária de Educação de Goiás, Milca Severino, com o acordo, será possível acelerar a obtenção dos resultados das políticas públicas implementadas em todos os envolvidos na parceria. “O que esperamos agora é que não seja apenas mais uma assinatura no papel, mas sim um ato que mude a realidade das cidades que representamos.”

    1 – Atividades extraclasse
    No modelo de educação integral os estudantes fazem parte da sua formação na instituição de ensino e outra em atividades extraclasse, geralmente desenvolvidas em espaços próximos ao local onde a escola está instalada. São atividades esportivas, culturais e de lazer. Em 2010, o Mais Educação habilitou, em todo o país, 10.042 escolas, sendo 9.907 de ensino fundamental e 135 de ensino médio, para o atendimento de 2,1 milhões de alunos

    COMENTÁRIO:

    Havia uma expectativa de que o Governo anunciaria ontem um grande pacote de mudanças na educação. Por esta reportagem dá para perceber que não foi bem isso. Será se vem mais mudanças por aí?