Escola boa é a escola pública

Prezados(as),

Pegar os filhos da elite de Brasília, que desde cedo têm acessos a livros, teatros, bibliotecas em casa, computador, viajam anualmente, visitam exposições, tem pais bem formados e remunerados, circulam em ambientes cheios de informações; selecionados a partir da mensalidade caríssima caríssima, do colégio limpo, equipado, disciplinado, vigiado e aprová-los no Enem é fácil. Isso, toda escola da elite tem mais é obrigação de fazer. O Colégio Olimpo, Podio, Galois, Sigma, Leonardo da Vinci, que na verdade são cursinho pré-vestibulares e não “escola”, e aparecer no topo da lista das escolas que mais aprovam no Enem é fácil.

Difícil é ser a escola do filho do trabalhador, do desempregado, de quem nunca teve acesso a uma biblioteca, a um computador, a teatros, livros, viagens, laboratórios. Difícil é ser a escola de tantas crianças com famílias desestruturadas social e economicamente, criadas muitas vezes em ambientes violentos, sem alimentação adequadas, sujeitos a todo tipo de dificuldade. Para estes só a escola pública tem a qualidade necessária para garantir, não apenas o conhecimento, mas também uma compreensão de mundo que permita resgatar algum sonho e lutar por uma vida digna, sem cair no abismo da desilusão com o outro ou na marginalidade. Ou seja, é a escola pública o espaço que no final das contas possibilita a construção de uma visão humana, mesmo naquela parte do tecido social que é vítima da realidade desumana imposta pelo modelo de “civilização” criado até aqui.

Por isso, colegas, jamais devemos aceitar esta comparação injusta que a mídia faz entre as escolas dos filhos da elite e as escolas dos filhos da pobreza, dos filhos dos trabalhadores. É preciso comparar o papel e a função social de cada escola. É necessário comparar em quais condições cada tipo escola trabalha, quais são seus objetivos. O objetivo da escola dos filhos da elite é este mesmo, competir! Chegar ao topo independente da visão social! Já a realidade da escola pública não nos permite traçar como meta apenas a conquista dos primeiros lugares na lista de aprovados do Enem, mas buscar construir uma visão de solidariedade e esperança em que é vítima do descaso, da indiferença, da exploração!

Aliás, a mídia esconde o desempenho das outras centenas de escolas particulares que não conseguiram sequer aparecer na lista do Enem, mesmo tendo condições melhores do que as escolas públicas.

É óbvio que falo tudo isso em função da comparação rasteira que a mídia faz entre escola pública e as “tops” do ensino privado. Mas reconheço também a necessidade de melhoria da qualidade da educação pública, porém, sem deixar de analisar o seu papel social.

A escola pública é a melhor, tenho certeza!

.

Washington Dourado

OBS: Escrevi este texto tomado pela violenta indignação de ver a imprensa local comparar as escolas públicas com as 29 “escolas” dos filhos da elite de Brasília, nem mesmo me preocupei com a correção do mesmo! 

Clique aqui e leia a comparação feita pelo DFTV

50 Responses to Escola boa é a escola pública

  1. Geneci Radel disse:

    E assim se perpetua a sociedade de ricos e pobres…

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  2. marcelo disse:

    muito sóbrio, apesar da manifesta indignação, o seu comentário, tentar igualar realidades tão diversas é uma injustiça diante da qual não podemos calar, necessária uma reflexão mais criteriosa das “informações” que são prestadas pelos meios de comunicação. O resultado apresentado nas avaliações não serve de parâmetro para comparação, o ideal é que a escola pública busque alcançar sua função social necessário, ainda, que tenhamos condições de trabalho e melhor remuneração, nós professores fazemos verdadeiros milagres na busca de uma educação de qualidade, pena que não vislumbramos qualquer apoio governamental.

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  3. Chrystian disse:

    O foco mudou? não se fala mais nos problemas estruturais e condições de trabalho? Salários e má gestão por parte deste governo, é o que nos interessa no momento, chega de nós professores, carregar o ENSINO PÚBLICO nas costas!!!! má condições de trabalho, péssima administração, salários fora da realidade da categoria de nível superior… vamos falar das causas e das consequências e não tirar o foco do que realmente, mais nos interessa no momento!

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  4. flavio disse:

    WD, vc está certíssimo!
    Apesar dos pesares, a escola Plública ainda é a melhor, segundo pesquisadores, pois capitalistas selvagens querem usar dos resultados do Enem para promover suas empresas-escolas.
    Outra coisa, as agendas já estão prontas! já estou com a minha!

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  5. Cabeção disse:

    É isto mesmo Douradão, tô contigo!

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  6. kleuber pereira ferraz disse:

    Nos anos setenta, até início dos oitenta, quase ninguém tinha necessidade de procurar os tais “cursinhos”. A qualidade caiu muito e até quem não é das elites paga escolas particulares p os filhos, com muito sacrifício, pensando sim em torná-los competitivos. Não adianta romantizar a situação. Vivemos em uma sociedade capitalista e temos, isso sim, é que cobrar o valor real e a valorização da nossa mão de obra.Só faltou aquele “papo” de que magistério é sacerdócio.

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    • Joana disse:

      É isso aí caro colega, quem acha que escola pública é boa , que coloquem seus filhos para estudarem nela. Hipocrisia professor que fala isso e tem filho na rede particular. no final das contas somos todos capitalistas selvagens mesmo.

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  7. Regina disse:

    Concordo com Geneci e Flavio, este sistema capitalista cruel e selvagem vai continuar gerando desigualdades. Dê condições iguais e ai então será justo fazermos comparações!

    Infelizmente acreditei que com o Governador Agnelo seria diferente. Ele iria colocar a educação pública em primeiro lugar, até mesmo pela história e discurso que ele sempre teve. Estou bastante decepcionada em ver que o que ele está fazendo conosco: é muito pior do que os “outros” já fizeram…ou deixaram de fazer!

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  8. Lima disse:

    Washington, não é só uma injustiça a comparação, é preconceito social contra a educação pública mesmo. Essa coisa antiga casa-grande e senzala. O Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Cemi), localizado no Gama, ficou em segundo lugar entre as públicas do DF e a mídia babaca só fala do Colégio Militar no Plano Piloto. Na minha opinião em todas as regiões administrativas deveria-se ter pelos menos um Centro de Ensino Médio voltado para provas de seleção, vestibulares e concursos públicos. Aí camarada o mundo vem abaixo mesmo e a educação pública começa a incomodar de verdade.

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    • Fátima Oliveira disse:

      Concordo com o comentário do Lima. O DF TV 2ª edição do dia 22/11/12 fez questão de frisar que a pior escola pública foi o Centro de Ensino Taquara. O comentarista em educação falou que o governo deve investir na formação dos professores francamente parece que nós educadores das escolas pública não fazemos cursos, não temos qualificação. Puro preconceito social. É isso mesmo Lima toda região administrativa deveria ter um CEM voltado para qualquer prova de seleção, ai sim eles mudariam o foco e nós estaríamos na mídia.

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  9. Dedo-duro disse:

    Concordo que é injusto. Só não concordo com a fala em que essas escolas particulares não são “escolas”são cursinhos. Pensar assim é preconceituoso e restritivo, porque não é o fato de uma instituição ser conteudista que ela não prepare para a vida TAMBÉM.

    Nesse blog eu percebo no comentário de muitos um despeito com as instituições particulares. Não podemos nos esquecer que nessas instituições existem professores como nós e que TRABALHAM como nós. A diferença é que eles têm mais recursos para trabalhar e a pressão por um ensino que trabalhe conteudos de vestibulares NÃO exclui o ensino da vida como um todo, como a solidariedade entre os seres e várias habilidades sociais e cognitivas.

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    • Dedo-duro disse:

      Também me irrita essa mania feia de tentar defender a escola pública falando mal da privada. Na maioria das vezes o discurso negativo não é claro e objetivo, mas o peso semântico de adjetivos como “elite”para uns e “trabalhadores”para outros é massacrante. Primeiro porque não é só pobre que trabalha MUITO. Devemos nos lembrar de boa parte das famílias que têm seus filhos em rede particular porque fazem das tripas coração pra isso porque consideram isso um investimento. Segundo que é um absurdo dizer que somente a escola pública possibilita “a construção de uma visão humana” porque não é um lugar ou uma experiência que possibilita isso, e sim a nossa relação perceptiva do lugar e da experiência. O caráter de uma pessoa não é definido por uma instituição de ensino.O ser humano é múltiplo, está em constante transformações.

      O seu discurso, Washington, é estritamente determinista quando no que se refere aos de “elite”. Que feio.

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      • flaviio disse:

        Feio é vc não estar por dentro do assunto e querer comentar…
        Teus comentários já foram mais inteligentes!

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        • pedro Lacerda disse:

          Esse comentário é digno de um dedo duro.

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        • Dedo-duro disse:

          Mais feio ainda é vc não usar argumento algum pra defender o seu ponto de vista. Assim é fácil.

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          • Wilson disse:

            Dedo-duro, concordo totalmente com você. Trabalho em ambas, assim como inúmeros outros colegas. E digo mais: muitos trabalham corretamente na particular, enquanto “descansam” na pública – isso já ouvi da boca de vários, na maior cara de pau – não li nem ouvi de terceiros. E aí? Nesses casos, de quem é a culpa. Está certíssimo, irmão. E concordo também com alguém que cobrou foco no que nos interessa no momento: nosso estado de greve acabou? Estamos satisfeitos com o tratamento do PT? Em 2014 o Sinpro estará de novo nas escolas pedindo apoio para esse partido?

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            • Wilson,

              Para este tipo de professor que trabalha direito na escola particular e enrola na pública eu defendo a abertura de investigação, garantia de amplo direito de defesa e, se comprovar, demissão! Este tipo de coisa é fraude contra o futuro das crianças e do país!

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      • Rubenildo disse:

        Feio e inoportuno é seu comentário. Onde já se viu?! Comparar a escola da elite (seja trabalhadora ou não – ainda que faça da tripa coração ou do coração tripa) com uma escola de área rural que recebe alunos que convivem com dificuldades impossíveis até de imaginar…
        O fato é que sempre achei essa comparação ridícula e absurda!!!
        Sobra preconceito por parte de uma imprensa parcial e que quer a todo custo afastar a possibilidade dos alunos da Rede Pública de ingressarem nas Universidades Públicas, principalmente a UNB, á qual a elite brasiliense imagina que seja a dona.
        Parabéns WD pelo seu excelente texto!

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        • Dedo-duro disse:

          Eu não comparei. Inclusive eu disse que acho injusto essa comparação. Mas isso não muda o fato de que a maioria das pessoas, quando vai defender o ensino publico, fala mal do ensino privado.

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    • Cassiana Araujo disse:

      A diferença está também no fato de que se o professor de escola particular não trabalhar direito ele será mandado embora, já na rede pública a coisa é bem diferente, se o professor não trabalhar direito não acontece nada. Peço desculpas aos professores que fazem a diferença na Secretaria de Educação, e são muitos por sinal, mas existem alguns que só Jesus na causa.

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      • Giulio disse:

        Eu concordo com você Cassiana. Sempre falei isso a colegas em coordenação e conselhos de classe. A estabilidade no serviço público atrapalha o desenvolvimento da educação. Maus profesores se encostam na estabilidade e não trabalham. Sabemos bem que isso acontece colegas, temos de deixar o coorporativismo a parte e tocar sim nesse assunto. Agora, como fazer para isso mudar? Sem dúvida nenhuma, é um grande desafio. Me identifico com as falas do WD, pois ele não me parece coorporativo. Sempre que fala em melhores condições financeiras aos professores, fala também na melhoria das condições de trabalho. E nessa melhoria, não podemos esquecer de cobrar mais dedicação de alguns colegas professores que maculam a nossa profissão. Tiro pela reposição, vejo colegas professores na minha escola não dando aula na reposição, ficam literalmente enrolando. Já ouvi vários depoimentos de alunos, afirmando que eu e mais 3 profesores, portanto 4, do conjunto de 10, dão aula de verdade no sábado. Poxa, isso é uma absurdo, o aluno ficou sem aula na greve,portanto o mínimo que ele tem de ter é AULA. E não me refiro ao fim doa ano, que poderiam alegar já haverem terminado o conteúdo, mas isso vem acontecendo desde o início. Só lamento que esses professores que deveriam ler esse texto e se tocarem, não o fazem, pois nem entram em blogs, haja vista de sua alienação.

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      • Dedo-duro disse:

        Cassiana, vc falou UM FATO: a existência de vários professores que não fazem nada além de preencher diário …

        se por um lado o professor da escola particular pode ser mandado embora a qualquer momento devido ao aspecto mercantilista que sua profissão é tratada, POR OUTRO LADO na escola pública o professor descompromissado permanece na rede até quando ele quiser. O RH do funcionalismo público como um todo tem visado o aspecto humanista do sistema, pelo menos em boa parte e em sua teoria, mas a gente sabe a brecha que isso abre para pessoas sem o mínimo de comprometimento com a educação.

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        • marcelo disse:

          Não se esqueçam que a maioria dos professores das redes particulares de ensino trabalha de forma precária e desumana, e não possuem garantia de manter o seu emprego basta um qualquer reclamar que o professor foi grosso , ou cobrou atitude e comportamento adequado de um aluno que ele esta correndo o risco de ser demitido, no caso da estabilidade ela é necessária pois se não existisse estaríamos a merce de qualquer político picareta ( todos ), não se esqueçam que os recursos da educação são vultuosos e estão na mira de qualquer político picareta no caso todos sem exceção, ai sim a educação publica estaria o caos de fato, se temos colegas que não trabalham como esperamos que deveriam trabalhar vá pesquisar os motivos o incentivo por parte do governo e não se esqueça também que não é muito agradável profissionais de menor qualificação profissional que a nossa ganharem os salários iguais aos nossos, logo a relação é capitalista educação de qualidade salário de qualidade, se não acontece o que vemos por ai.

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  10. Joao disse:

    A comparação é realmente odiosa e injusta. Qto a isso não há o que discutir. Penso que poderia caber uma nota de repudio dos professores sobre isso.
    O sistema de rankeamento e avaliação imposto não contribui para melhorar a educação, e ao contrário, resulta em um abismo maior entre escolas de ensino considerado bom e as de ensino deficitário.
    O ENEM é divulgado como democrático, mas mantem a mesma contradição de qualquer vestibular tradicional. Não teria espaço para debater aqui essas contradições porque são muitas. A principal é q os exames obrigatorios para entrar no nivel superior, além de serem extremamente excludentes, convertem o ensino básico em uma paranoia estúpida com foco em uma avaliação imbecil (que é o ENEM ou qualquer outro exame para ingresso), deformando a educação como um todo.
    O processo que defendo é contrário a esse: penso que não é o ensino básico, o currículo, as metodologias, a escola pública que tem que melhorar em função do ENEM, o ingresso no ensino superior é que tem que mudar para incluir todas as pessoas que desejam e consigam cursá-lo. Para isso, devemos não só nos indignar com as comparações injustas, mas contestar, enfrentar e superar a lógica excludente de todo processo de seleção para ingresso no ensino superior ou de avaliação por rankeamento de escolas.
    O acesso ao nivel superior e a qualidade da educação básica devem ser universalizados. Isso não acontecerá com avaliações como o ENEM , mas com a sua superação.

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  11. juliana disse:

    Excelente!

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  12. Franzinha disse:

    Seu texto expressa muito bem os objetivos da escola pública e em especial está o “resgate social”, a importância do papel do professor como formador e instrumento desta transformação, coisa que as escolas “tops” não têm muito a fazer pois sua clientela já vem padronizada e a preocupação está mais na metodologia que é extremamente conteúdista(média 7,0 na maioria como se nota fosse sinônimo de qualidade de ensino). É lamentavel a comparação destas duas realidades totalmente adversas!! Vivenciei estas duas realidades… tanto como professora como mãe de aluno e prá mim a melhor é a pública! Escolhi a escola pública prá ser a dos meus filhos(tenho um q faz engenharia na UNB e outro no ensino médio). Não me arrependi!

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  13. Danielle disse:

    De fato a reportagem causou indignação, pois são métodos distintos.
    Mas acho que também não podemos generalizar e dizer que a escola pública está repleta de marginais, analfabetos, que abarca apenas filhos de pais separados, crianças que vem de famílias desestruturadas, que nunca foram ao cinema na vida, que não sabem o que é um teatro etc etc. Hoje convivemos com um público eclético, conheço filhos e filhas de professores, diretores, psicólogos, contadores, pessoas que tem condições, e mesmo assim confiam na democratização que a escola pública traz.
    Defendo também as escolas e defendo também os alunos. Hoje, eu não dou aula só pra sem terra não.

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    • Rubenildo disse:

      Concordo. Meus filhos estudam em escola pública e eu enquanto professor e minha esposa professora estamos tranquilos quanto a isso. Porém, é bom lembrar que a escola pública recebe alunos das mais diferenciadas camadas sociais e nós professores, às vezes, nos deparamos com situações que nos causam compaixão.

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  14. paula disse:

    Calma companheir@!!! realmente , o discurso simplista que compara escolas partIculares (com tds os recursos que possuem) com nossas escolas públicas é no mínimo incoerente; mas , CUIDADO!!! não incorra na mesma prática. meu filho cursou o ensino médio numa das instituições citadas por vc e garanto que essa fez a diferença em sua vida bem mais que um cursinho; a qualidade da educação que recebeu foi muito boa , no sentido pleno do termo Educação.Então sugiro que sejamos sensatos e lutemos por uma educação pública de qualidade para nossos filhos e alunos , sem idéias pré concebidas .ABRAÇO!!!

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    • Paula,

      Existem tantos para defender a educação privada (sindicato patronal, empresários, classe média, setores do Governo, etc) que eu não poderia deixar de fazer uma enfática defesa da escola pública contra esta comparação ridícula da mídia.

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      • Dedo-duro disse:

        A escola pública tem que ser defendida mesmo, mas sem falácias e determinismos porque senão recorreremos nos mesmos erros separativistas da mídia.

        Com separativismo até as Federais irão afundar totalmente.

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      • vitoria disse:

        Prezado Washington,

        VOCÊ ESQUECEU DE RELACIONAR ENTRE OS DEFENSORES DA ESCOLA PRIVADA OS PROFESSORES DA ESCOLA PUBLICA.

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      • PAULA disse:

        Companheir@ Washington, como professora e guerreira o que defendo não é a escola particular mas sim e educação.Ao citar minha experiência meu objetivo é reconhecer nossas necessidades na rede sem ser injusta com os fatos…e o fato nesse caso é: um aluno bolsista , de uma instituição caríssima , que encontrou na rede privada um projeto eficaz de educação , passou num vestibular concorrido na UNB e o mais importante reencontrou a vontade de estudar que havia perdido na “mesmice” de uma escola pública.A reestruturação na rede urge!!! NÃO aos modismos impostos que tentam mascarar a realidade, É DE AÇÕES SÉRIAS QUE PRECISAMOS!!! Sei que sua defesa é pela EDUCAÇÃO, por isso te respeito. ABRAÇO!!!

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    • flaviio disse:

      A conta é simples!
      Basta ver que, ” faculdades privadas”, estão abarrotadas daqueles que passaram a vida toda estudando nas “escolas privadas, como é o caso do CEUB CATÓLICA UNIP etc.
      Não nego, portanto, que exista quem seja oriundo de escola pública, porém um dos critério avaliativos das “privadas” é
      a ficha socioeconômica certo? E isso, tenha certeza, vale muito mais que o próprio vestibular do aluno. Esta é a que vivenciamos
      todos os dias. É por isso que defendo a pública, pois aqui somos guerreiros, chova ou faça sol! aliás, ultimamente, mais na chuva que no sol. Queria só ver como seria os professores da “privada”
      lidar com LAs, não ter apoio nem material didático suficiente e ainda ter que dar conta do recado.

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  15. Wendell disse:

    Bom…não se pode mesmo esperar grande coisa vinda dessa mídia aí…Suas críticas ao ensino público e seus elogios ao ensino privado, não vêm de uma vontade “virtuosa e democrática”…, mas na verdade possui uma política, ou melhor, uma ideologia tácita: enfraquecimento do Estado no que esse tem ainda a oferecer aos desfavorecidos (mesmo que precariamente). Vamos ler outras mídias: Carta Capital, Caros Amigos, Carta Maior, Le Monde Diplomatic Brasil, Outras Palavras, Vi o Mundo, O Escrevinhador, Blog da Cidadania, Conversa Afiada, Brasil de Fato, Revista Forum, Luis Nassif, etc.

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  16. Mário disse:

    Companheiro Washington Dourado você fez o seguinte comentário sobre como a mídia trata os resultados do ENEM comparando as escolas top do ensino privado com as escola pública que me chamou a atenção!

    “A mídia esconde o desempenho das outras centenas de escolas particulares que não conseguiram sequer aparecer na lista do Enem, mesmo tendo condições melhores do que as escolas públicas”.

    Escola boa é a escola pública

    Ao analisar os dados do ENEM relativos à Ceilândia notei que uma das escolas particulares o EBENEZER localizado no setor sul da cidade (área de uma certa classe média) tem nota ligeiramente inferior (503 pontos) as duas escolas públicas do mesmo setor: CEM 04 (505 pontos) e CEM 03 (504 pontos).

    O que me levou a indagar sobre as razões que levariam os pais a colocarem seus filhos naquela escola. Talvez, por motivo religioso, trata-se de uma escola confessional. Ou talvez, por falta de informação, de acesso às avaliações.

    Por isso, entendo que cabe aos gestores da SEEDF (a Secretaria de Educação não é somente do ensino púbico) a promover o debate sobre o ensino médio com toda a comunidade independente do tipo de escola dos seus filhos (pública ou particular
    WD,
    Não obstante, as críticas ao ranking produzido pelo INEP com os resultados do ENEM e a possíveis processos de seleção no interior das escolas – em razão de diferenças às vezes gritantes em termos de participação de alunos no exame numa mesma região – eu penso que alguns dados podem se constituir um bom instrumento para avaliação da própria escola.

    Vejam os resultados de uma das minhas escolas do coração: CEM 02 de Ceilândia. Ela teve uma média de 487 pontos, distante portanto 22 pontos da média da escola melhor posicionada da Ceilândia, o CEM 09 com média de 509 pontos.
    Quando comparamos área por área notamos que essa distância se mantém ou aumenta em quase todas áreas, vejamos. HUMANAS CEM 09: 501 \CEM 476 distância 25 pontos; EXATAS CEM 09: 471 \ CEM 02: 448 – distância: 23 pontos; MATEMÁTICA CEM 09: 528 \ CEM 02: 496 – distância: 32 pontos.

    Contudo, todavia, porém, na área de LINGUAGENS, a diferença se reduz bruscamente caindo para menos de 10 pontos: CEM 09: 537 \ CEM 02: 528.

    Quais fatores poderiam explicar essa inconsistência na comparação das áreas? O que leva a essa aproximação em termos de resultados entre as duas escolas na área de Linguagens? Tendo a pensar que a explicação não esteja no CEM 09, mas, talvez, no trabalho do professorado do CEM 02 que ajuda esta escola a ter uma de qualidade de ensino na área de linguagens parelha com a do CEM 09.

    Trata-te de uma hipótese que pode gerar polêmica, constrangimento e até celeuma no CEM 02. Mas que assim seja, pois, se crise significa oportunidade, considero importante que os gestores a aproveitem para incentivar o debate pedagógico no interior das escolas da Ceilândia e do DF.

    Abraços

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  17. Cabeção disse:

    E agora a pouco neste tal de SBT Brasília o apresentador disse o seguinte absurdo: ‘e agora vamos apresentar as piores escolas públicas do D.F’, como se uma escola fosse boa ou ruim pelo resultado do ENEM, acho que ele sequer sabe o que é o ENEM deve pensar que avalia estrutura, corpo docente…, o que é uma boa escola para este apresentador?

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  18. Wellington disse:

    A escola pública tem que lidar com uma realidade diversa da que acontece nas escolas particulares. Além de problemas de ordem financeira, lidam com muitas famílias desestruturadas que muitas vezes nem se dão o trabalho de acompanhar a vida social de seus filhos, muito menos a escolar, por isso a comparação com a rede particular é injusta. A mídia é sempre tendenciosa e má. O princípio da igualdade diz que iguais devem ser tratados como iguais então, iguais devem ser comparados com iguais!
    A escola pública prepara melhor para vida, pois permite o convívio social da diversidade, como acontece na UnB, em geral, alunos oriundos de escolas públicas conseguem bons resultados nos cursos que fazem na UnB, conheco vários que hoje são doutores.

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  19. Alex disse:

    Enquanto o professor da escola pública ficar se “vangloriando” das péssimas condições de trabalho, da falta de apoio do Estado, das diversas mazelas a que somos submetidos, como se fosse algo “bonito”, algo de que se “orgulhar”, continuaremos com uma escola pública mediocre. Somos “guerreiros”, como disseram mais acima. Temos que ter uma postura mais profissional, não estudei para ser “herói”, “messias” ou “guerreiro” da Educação. Por que outras categorias de profissionais vinculados ao GDF não precisam de ser “sacerdotes”, “heróis, “mártires” e professor é sinônimo de tudo isso? Falta profissionalismo da nossa parte, repito, e falta também um sindicato menos mancomunado com esse governo atual. Além disso, é fato que a escola pública está um fiasco. Não pela falta de corpo docente qualificado, mas pela falta de comprometimento dos estudantes e de seus pais. É lícito e direito do estudante estudar na escola pública e passar no ENEM. O papel social da escola é importante, mas uma coisa não deve excluir a outra!

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    • Guidi Nunes disse:

      Alex,

      A sua observação “falta de comprometimento dos estudantes de seus pais” podemos considerar uma “via de mão-dupla” na qual não somente as escolas más a SEDF tem que reforçar processos de mobilização da comunidade escolar.

      E outra situação que desafia todos nós nesta mobilização da comunidade escolar:

      – 48% das famílias do DF tem como única ou principal provedora a mulher.

      Esta situação das famílias no DF impacta mais a rede pública que a particular.

      Abraços,

      Guidi Nunes
      Professor da ETC

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  20. Regirlane disse:

    WD sua filha estuda em Escola Publica???

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  21. Francisco disse:

    A Melhor Escola é a Minha

    A melhor escola é à minha. Lá, professores, direção e funcionários são cidadãos, educadores, profissionais e gestores. Todos os alunos são inseridos e são também sujeitos da história. Somos todos humanos em busca de uma profissão, da cidadania e de nossos valores, porque pensamos sobre o significado sociocultural do existir humano, do (re)pensar das nossas vidas e das nossas profissões, com vistas a poder participar mais intensamente na escola como educador profissional e como cidadão.
    A melhor escola é à minha, porque todos constroem reflexões sobre a importância do papel dela e de todos os atores envolvidos na construção da cidadania.
    Buscamos os conhecimentos que nos façam compreender melhor este mundo contemporâneo em que vivemos, o qual foi construído historicamente pelas classes sociais antagônicas, que lutam pela hegemonia da sociedade sacudido por uma série de transformações que tem alterado à forma de produzir a riqueza, a organização do Estado, o comportamento das pessoas e a relação com seus semelhantes.
    A melhor escola é à minha. No estado em que é situada há um governador e leis que asseguram o princípio da Gestão Democrática do Ensino Público. Tanto ele como os demais gestores refletem sobre ela, discutem-na como princípio e motor nas lutas dos trabalhadores em educação, na conquista do direito à educação para todos – como dever do Estado, expresso na atuação dos diversos entes federativos: União, Estados, DF e os Municípios.
    Na minha escola os funcionários têm noções básicas sobre o conhecimento, à percepção e a prática do espaço, particularmente do espaço da educação escolar. Sabem estabelecer conexões entre as práticas espaciais e as pedagógicas, as administrativas e as sociais. Relacionam o espaço da escola ao espaço, urbano ou rural, em que se situa, dentre outros objetivos específicos. Os funcionários têm conhecimento das concepções de meio ambiente e de seus fundamentos científicos, de forma que desenvolvem e refletem sobre a interação entre sociedade, meio ambiente e educação de forma a atuarem também como gestor do espaço educativo e mediador dos conflitos com o entorno natural.
    A melhor escola é à minha. Ela é limpa e segura, pois os educadores e educandos primam pela limpeza pessoal e do ambiente, bem com se sentem seguros e responsáveis pela construção de uma cultura de paz na escola e na comunidade.
    Há funcionários que têm conhecimento dos equipamentos e do sistema hidro-sanitário, permitindo que façam bom uso dos mesmos e contribuem para a qualidade do ambiente escolar.
    A melhor escola é à minha. Nela, a sustentabilidade ambiental é indiscutível: têm árvores, gramado, jardins, horta e tudo mais. Ninguém deixa uma lâmpada acessa ou torneira aberta sem que seja necessário. A melhor escola é à minha. Ela é demais e muito mais.

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  22. Parabéns pelo texto ,WD

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  23. Tininha disse:

    Essa comparação é injusta mesmo.

    O primeiro lugar do ENEM DF escolhe sua clientela e já faz a seleção de seus alunos antes de começar a trabalhar com ele. Tem obrigação mesmo de ser excelente.

    Nossa escola pública tem PORTAS ABERTAS, como disse bem o ministro ao apresentar os resultados, não escolhemos alunos. Na escola em que trabalho, temos orgulho de trabalhar com esse aluno REAL que nos chega.

    É verdade que a estabilidade nos acomoda e que não há, em muitos casos, o mesmo desempenho do professor. Mas há também trabalhos muito lindos sendo feitos por aí. Muita coisa que não sai na mídia.

    Só não entendi porque voltaram a apresentar o ranking. Será que rolou pressão das particulares? Já haviam anunciado que os resultados seriam enviados individualmente às escolas.

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  24. […] semana em que fizemos neste blog (clique aqui) talvez o mais significativo debate sobre o que ou não escola de qualidade, onde professores da […]

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  25. Yara disse:

    Boa noite Washington, gostei muito da sua visão de que escola boa é a publica, pois durante minha vida acadêmica sempre ouvi pessoas falando que escola publica tem ensino fraco e ruim, e é por esse motivo que quero defender minha tese do curso de pedagogia sobre esse assunto, mas que fosse voltado para a gestão escolar.Será que você poderia me orientar sobre esse assunto?Obrigada!

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