[artigo] A propósito da metodologia de ciclos na educação pública do Distrito Federal

3d human with a red question mark

Por: Saulo*

Somos um povo que tem uma História, mas, muitas vezes, não temos consciência dessa História. No passado, tivemos muitos encaminhamentos de projetos, implantados por vários tecnocratas, tanto da educação quanto de outras áreas do conhecimento e do serviço público, em geral.

Muitos modelos foram importados, e, aqui, implantados sem muita ou nenhuma consciência crítica, para se saber se de fato aquela ação seria eficiente em solo brasileiro.

Uma coisa, em qualquer área, é importar modelos sem nenhuma posição crítica ou avaliativa dos aspectos que envolvem um projeto.
Outra, é o nosso “modismo” de criticar por criticar, sem ao menos procurar conhecer a fundo quais as razões apresentadas para a implantação de algum projeto ou inovação.

Sempre fui contrário à implantação de projetos pelo simples modismo, inclusive tal ocorreu com o modelo de “Habilidades e Competências”, que, embora tendo alguns aspectos interessantes, fora implantado a partir de um modelo empresarial criado, ou pelo menos desenvolvido, pelo Sr. Philippe Perrenoud, para a medicina e aplicado nas demais áreas, como uma possível solução para tudo.

No entanto, devemos admitir que nosso atual estado de educação clama por uma mudança, não é de hoje. Sabemos do histórico do DF, que, em muitos momentos, devido a outros interesses, não houve avanço, o que, também, demandava vários estudos e sistematização.

Mas, para que Serviços Público? Para que Secretarias de Estado? e, ainda mais,  para que Secretaria de Estado de Educação?

Creio que a resposta é:  para gerenciar a máquina pública e para propor novas políticas e políticas que possam gerar resultados, esperados dentro de um certo período de tempo, em especial, para a Educação.

Para isso, é necessário se fazer estudos, passar tempos debruçado sobre livros, analisar dados, analisar situações de escolas e cidades que já implantaram um novo método, que utilizaram uma alternativa viável, eficaz e producente, para resolver os mesmos problemas por que passamos atualmente.

Toda política que se pretende implantar, com base em uma realidade e sua necessidade, demanda uma série de estudos, análises de situações, do censo e de seus dados, e de avanços, com tais e tais metodologias.

Esse estudo foi feito por pessoas competentes e preparadas, das quais conheço várias, pois são especialistas e autoridades em educação, que já vêm estudando o assunto há décadas, no Distrito Federal, e agora, ocupam funções de responsabilidade para esse fim, na Secretaria de Educação do DF.

Costumamos valorizar o que outros fizeram, o que outros estados fizeram, o que outras sociedades fizeram. Mas não conseguimos acreditar em nós mesmos para entender e visualizarmos a importância da adoção da metodologia por “ciclos”

O termo “ciclos” significa, num certo sentido, que cada época de vida tem, naturalmente, uma possibilidade de aprendizagem, diferenciada da anterior e da que virá em nossas vidas. “Ciclos” é algo diferente do conceito simples de “idades”. Entender isso é entender e visualizar a capacidade de conhecer e de aprender do ser humano.

A Secretaria de Educação, a meu ver, como uma instituição pública, tem que propor, sim, políticas públicas de mudança, de incentivo e de renovação – não é, e não deve ser simplesmente inovação, mas algo que tenha uma base, uma fundamentação teórica e esteja vinculada a uma prática.

Creio que os verbos “implantar” e “mudar” causam-nos horror, pois sempre implica ação de nossa parte e também um novo aprendizado. Mas é necessário estarmos sempre voltados para nossa realidade, e termos um olhar crítico, sim, mas não algo que nos faça acomodar e reagir a mudanças.

Portanto, o que a Secretaria está propondo não é necessariamente trazer uma nova roupagem ou fazer uma “politicagem”, ou imposição de grupos, mas é uma resposta por que a Sociedade clama e nos cobra para os problemas de educação, a todos nós, que entendemos, e que queremos ser profissionais sérios, e que queremos realizar nosso  trabalho com honra.

Para contribuir, proponho a leitura do texto ESCOLA EM CICLOS OU CICLOS NA ESCOLA? – de Benigna Maria de Freitas Villas Boas –mbboas@terra.com.br, publicado em http://gepa-avaliacaoeducacional.com.br/escola-em-ciclos-ou-ciclos-na-escola/.

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 * Saulo A. Ferreira – Professor da Secretaria de Educação DF

** Artigo escrito especialmente para o blog. Conteúdo de inteira responsabilidade do seu autor

12 Responses to [artigo] A propósito da metodologia de ciclos na educação pública do Distrito Federal

  1. Ivone Santos disse:

    Me desculpe Saulo, mas apesar das suas boas intenções, gostaria de destacar alguns pontos:
    1. A SE tem a responsabilidade de propor sim, mas para tanto, tem que ouvir, prioritariamente, as comunidade escolares, composta de professores, pais e alunos… afinal, a Gestão Democrática é um projeto do Governo… parte da sua plataforma e compromisso de campanha… cumpra-se!
    2. A forma intempestiva e sem planejamento com que se deu a implantação não difere em nada das situações anteriores que vc critica;
    3. Na atual conjuntura, só existe uma explicação pra que o atual governo desrespeite a tudo e a todos(inclusive a justiça), impondo este mal engendrado currículo: eleição em 2014;
    4. Este governo tem esquecido suas principais bandeiras: ética, democracia e transparência… e isso pode lhe custar muito caro…

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Caro Saulo e demais visitantes a discussão sobre ciclos e semestralidades não é recente no DF e em outras localidades. Apenas reacendeu o debate a partir de uma situação específica posta pelo GDF e a Secretaria de Estado de Educação do DF. Nesse sentido não há um “pai” e “mãe” dos argumentos em defesa ou favoráveis. Sinto melhor dizer que há uma confluência de contribuições. No que diz respeito ao texto de Benigna, cosidero relevante na medida em que ela faz uma crítica à escola e aos sujeitos educativos que dão ênfase à avaliação escolar e à reprovação em detrimento da aprendizagem. No entanto, nada pode abafar o ideário de uma participação efetiva. A preocupação de Saulo tem a sua relevância e pertinência, mas não há educação de qualidade sociocultural sem ser socialmente referenciada. Dito de outro modo: educação pública deve ser tratada a partir de sua natureza (pública, laica, democrática) e qualitativa. Uma coisa muito importante tratada por Saulo é o fato de não se ser resistente às mudanças. Resistência enquanto obstáculo é um dos problemas e impedimentos da melhoria, mas é preciso perguntar: qual é o conteúdo da proposta? Como se apresenta e discuite a proposta? Saulo, como você responderia essas questões?

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      • É verdade, Cristino. E, a bem da verdade, devemos dizer também que houve discussão, sim, em inúmeras escolas, Não foi, como muitos pensam, mas houve, conforme tenho conhecimento, elaborados documentos de adesão e enviados à Secretaria. Muitas escolas participaram e houve consultas. As discussões, pelo que você mesmo colocou, Cristino, têm sido colocadas ao longo dos tempos, mas entendo que todos nós, como profissionais da Educação, devemos nos envolver com essas discussões em cada local de trabalho, conhecer mais delas, que é, penso, o que muitos fizeram.
        Precisamos, nesse contexto, Cristino, entender mesmo as questões sociológicas da educação, colocadas nessa discussão. Precisamos entender que mudanças há sempre, mas mudanças que nos deem a oportunidade de discutirmos, nem sempre acontece. – durante quase todo o ano de 2012, tenho conhecimento disso – pessoas ligadas ao Ensino Médio da Secretaria estiveram discutindo com as Regionais (CREs) e as escolas sobre a viabilidade das propostas. E, do que tenho conhecimento, somente as escolas que se posicionaram pela adesão receberam, digamos, a implantação da modalidade.
        Creio que devemos analisar e pensar: qual(is) metodologias pode(rão) ser melhor(es) para nossos filhos/nossos alunos?
        Como eu me incluiria nessa proposta como aluno/como pai de aluno? Que conceitos estão embutidos nessa proposta?
        Creio que o conteúdo já apresentei, ainda que laconicamente, no meu texto acima, mas uma das questões importantes que vejo, não é necessariamente “a não reprovação”, que muitos destacam, mas sim o fato de você ter um período amplo (um ciclo) para aprendizagem/reflexão/amadurecimento desse nosso aluno. Pense bem: o que você não aprendeu numa certa idade (a idade ideal de aprendizagem, como se costuma dizer, você não poderá aprender em outra idade? Sim, é claro, eu responderia – mas o formato da aprendizagem muda, você não precisa ter toda uma gama de exercícios detalhados ao extremo, pois, se você estiver mais adulto, digamos, seu aprendizado será mais rápido. Veja bem: o importante não é a aprovação em si, num curto espaço de tempo, mas, sim, a aprendizagem. Isso é o ensino-aprendizagem por ciclos como eu entendo.
        Agradeço a todos pela leitura do meu artigo, pois, com o tempo que gastaram, contribuiram muito para o meu enriquecimento do assunto, e, creio, poderemos aprofundar ainda mais sobre o tema.

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        • Cristino C Rocha disse:

          Ok Saulo, ótima ponderação! Diferente de outro comentário, vejo que sua preocupação dialoga sim com o conjunto do debate que vem ocorrendo desde 2012. Vamos em frente…

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  2. prof.efetivo disse:

    Perdoe a franqueza, mas o texto não dialoga e sequer traz novos argumentos frente aos manifestos do prof. Jackson e o pessoal do Manifesto.

    Não responde, e não pergunta.

    Pelo que depreendi, o argumento pivotal é: a metodologia de ciclos foi baseada em muitos estudos e por pessoas muito competentes, logo é o melhor para a SEEDF.
    Não duvido de ambas colocações, mas elas não constituem um argumento que justifique sua implantação.

    Só reforça um grave problema dos defensores dos ciclos: a “proposta” tem um caráter eleitoreiro e outorgado, já que exclui os principais interessados na mesma: professores e comunidade escolar, principais interessados, como se não tivessem autonomia de sugerir o que é melhor para seu cotidiano.

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    • Professor do Recanto disse:

      Caro professor efetivo, penso que deveria ler um pouco sobre o ciclo, pois em texto consta que ciclo é uma metodologia, e pelo tanto que sei e estudei para isso o ciclo não é uma metodologia… para criticar você deve fundamentar-se.

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      • Jackson Barreiros disse:

        O foco do comentário do professor efetivo foi acerca da argumentação vazia do texto. Escreve, escreve e não sai do lugar. Lembra a formação da EAPE. Muita teoria e total falta de compatibilidade com a prática cotidiana.

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  3. Daniela Pimenta disse:

    Já estou agastada com essa discussão. E a revolta é simples: não tem nada a ver com ciclos e semestralidade ou seriação.

    Tem tudo a ver com matemática, lógica e mentira.

    O pinocchio Denilson garantiu todas as condições para implantação dos cliclos e etc.. INCLUINDO: *REDUÇÃO DE TURMAS* e *DATA-SHOW* (vou me deter somente a esses 2 pontos, é + q suficiente!).
    Quem aqui não tem salas com exesso de alunos?

    MATEMÁTICA: são 30 alunos por turma ( sendo boazinha). Ele disse q serão 15 alunos por turma. Onde vão enfiar os outros 15 (ou 20???)

    LÓGICA: a menos q esse idiota q atende por sec de Ed. tenha Escolas infláveis debaixo do braço, não vai ter redução nenhuma.

    MENTIRA: data-show???? Não tem tinta pra pincel de quadro branco! Tem professor usando giz de novo!!!
    A própria SEDF usa RETROPROJETOR(!!!!!!!!)

    Simples assim: 1+1=2.
    Contra fatos não há argumentos.
    E você, Sr secretário, é um mentiroso que despreza a lógica.

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  4. Professor do Recanto disse:

    Saulo, parabéns pela iniciativa de tornar o debate com bases fundamentadas e não apenas em achismo. Sendo assim segue as minhas reflexões.

    CURRÍCULO ENQUANTO IDENTIDADE DA ESCOLA

    Desde da década de 90 que o Brasil vem avançando na busca por resoluções acerca dos constantes questionamentos e problemas encontrados nos currículos escolares da educação base, conforme apontado por Moreira (1995). Sendo assim, cada vez mais, a tendência crítica de formulação do currículo da educação básica no Brasil passa a diagnosticar, sugestionar e recomendar contribuições para a democratização e a maior difusão das culturas e suas diferenças, assim como a integração de conteúdos formais e conteúdos não formais.
    Novas questões e temas vêm-se incorporar àqueles que, desde o seu início, estiveram no centro de sua preocupação. É isso que constitui sua vitalidade e seu potencial. Esta é uma história que evidentemente ainda não terminou. Na verdade, talvez esteja apenas começando. (MOREIRA, 1995, p.35)
    Assim, desde então, tornaram-se dúvidas comuns para a comunidade escolar, ao formular os currículos, as seguintes questões: Qual a natureza humana ele deverá despertar? Qual a cultura e sociedade do conhecimento desejamos que nele esteja impresso? Qual finalidade tem a educação em massa: formar trabalhador especializado ou educação geral acadêmica? O que se deve ensinar: habilidades práticas ou acadêmicas humanistas? O que deve estar no centro do ensino: saberes objetivos do conhecimento organizado ou as percepções e as experiências subjetivas dos alunos? Quais finalidade da educação: preparar para transformar ou preparar para a democracia? Percebe-se nestas questões um cuidado maior para a organização curricular e com os conflitos para conhecer a identidade do poder disposto no currículo.
    Na tentativa de responder a estas questões, os currículos disciplinares passam a ser criticados, assim como a hierarquização de algumas disciplinas, como Português e Matemática, as discriminações de gênero, classe e etnias passam a fazer parte dos currículos oficiais, como também a aparecer nos livros didáticos e nas práticas escolares. Outra percepção presente é a integração de disciplinas como artes, música, dança, e aspectos subjetivos presentes no cotidiano do aluno, passam também a compor este novo olhar para o currículo. Sendo os PCN, orientam:
    (…) a instituição de uma Base Nacional Comum com uma Parte Diversificada, a partir da LDB, supõe um novo paradigma curricular que articule a Educação Fundamental com a Vida Cidadã. O significado que atribuímos à Vida Cidadã é do exercício de direitos e deveres de pessoas, grupos e instituições na sociedade, que em sinergia, em movimento cheio de energias que se trocam e se articulam, influem sobre múltiplos aspectos, podendo assim viver bem e transformar a convivência para melhor. (Brasil, 1998, p. 9)
    Evidências e mudanças como estas podem ser vistas nos conteúdos dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, nas Diretrizes nacionais de Educação Básica- DCN e também nas propostas de reformulações curriculares presentes em diferentes locais do Brasil, nas redes de ensino públicas e particulares, como as descritas pela Secretaria de Educação do Distrito Federal:
    Na organização escolar em ciclos, a ordenação do conhecimento se faz em espaços de tempo maiores e mais flexíveis, que favorecem o trabalho pedagógico diversificado e integrado, necessário em qualquer sistema de ensino democrático que, ao acolher indistintamente a comunidade, inclui estudantes de diferentes classes sociais, estilos e ritmos de aprendizagem. Os ciclos oferecem ao professor e à escola a possibilidade de promover as aprendizagens de todos os sujeitos. (CURRÍCULO EM MOVIMENTO, 2013, p.4)
    É inegável que o Governo do Distrito Federal, através da implantação do EAPE na escola e do estudo do Currículo em Movimento, vem tentando implementar tais transformações, trazendo para o interior das escolas a formação continuada de seus educadores. Por outro lado, são muitas as demandas postas para a escola – ela é cobrada a fornecer educação para diversas questões sociais e culturais, além de ter que resolver problemas mais imediatos decorrentes da realidade em que se insere, o que inclui a violência, as drogas, o sexo precoce e tantos outros.
    A opção por essa forma de ordenação do ensino precisa vir acompanhada de mudanças quanto à organização da proposta curricular, à concepção de educação escolar obrigatória, fundamental e democrática, de aprendizagem e do processo avaliativo. Para isso, o trabalho pedagógico deve ser organizado com todo o coletivo da instituição escolar, envolvendo professores, equipe gestora e pedagógica, para que haja movimento dinâmico dos espaços e tempos na escola com vistas às aprendizagens dos estudantes. (CURRÍCULO EM MOVIMENTO, 2013, p.4)
    Nesse sentido, o currículo escolar passa a ser o grande vilão na visão dos professores, que no interior das escolas consideram que as atividades basilares (Português, matemática, história, geografia e ciências) vem sido prejudicada por estas transformações sociais e culturais que exigem o novo currículo. Assim, o confronto teórico e prático vem tentando enfrentar todos esses desafios, atualmente no Brasil.
    Resumindo de forma direta e simples, parece que para alguns educadores ainda não enxergam que o nosso currículo está fragmentado e atende apenas de forma prescritiva, moralista, e essencialista aos nossos alunos. É uma missão quase que impossível, desenvolver uma aprendizagem significativa e com qualidade da maneira que estamos hoje, tendo em vista a gama de tecnologias e informações presentes hoje em nossa sociedade. Assim, ao falar de currículo, devemos estar preparados para pensar e analisar criticamente o que as escolas estão fazendo ou o que pretendem fazer com os futuros cidadãos que ali se formam e vivem experiências no seu meio social, cultural, familiar e educacional.
    REFERÊNCIAS
    BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, Coleção Primeiros Passos, 28o Ed., 1993.
    BRASIL. Da Educação. In:__ Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Congresso Nacional, 1988. Disponível em:. Acesso em: 13/09/2011.
    _______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília: Senado, 1996. Disponível em:. Acesso em: 13/09/2011.
    _______. Currículo em Movimento: Caderno de pergunta e respostas. Estratégico Didáticas Pedagógicas e avaliações em Ciclo. Brasília: Secretária de Educação do Distrito Federal, 2013. Disponível em: http://www.se.df.gov.br .Acesso em: 22/08/2013.
    DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS. Nova Iorque, abril de 1990. Unidade 1. Disponível em: http://moodle.mec.gov.br/unb/mod/book. Acesso em: 03/08/2013
    FERNANDES SILVA, Edileuza. O usufruto do direito à educação. Unidade 1. Disponível em: http://moodle.mec.gov.br/unb/mod/book. Acesso em: 03/08/2013
    Moreira, Antonio Flavio; Silva Tomaz Tadeu. Currículo Cultura e Sociedade. Sociologia e teoria crítica do currículo: uma introdução. 2.ed.revista – São Paulo: Cortez, 1995.

    SILVA, Vanderler Ferreira da. O que é Direito. Revista Info Escola: Navegando e aprendendo. Disponível em: http://www.infoescola.com/direito/o-que-e-direito Acesso em: 03/08/2013

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    • Jackson Barreiros disse:

      “1- Na organização escolar em ciclos, a ordenação do conhecimento se faz em espaços de tempo maiores e mais flexíveis, que favorecem o trabalho pedagógico diversificado e integrado, necessário em qualquer sistema de ensino democrático que, ao acolher indistintamente a comunidade, inclui estudantes de diferentes classes sociais, estilos e ritmos de aprendizagem. Os ciclos oferecem ao professor e à escola a possibilidade de promover as aprendizagens de todos os sujeitos. (CURRÍCULO EM MOVIMENTO, 2013, p.4)”

      r= estes tempos maiores e flexíveis são apenas uma desculpa para aprovação em massa. Nos Estados que foram aplicados, seja esquerda ou direita, o resultado foi uma droga. Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Santa Catarina que o digam.

      2- ela é cobrada a fornecer educação para diversas questões sociais e culturais, além de ter que resolver problemas mais imediatos decorrentes da realidade em que se insere, o que inclui a violência, as drogas, o sexo precoce e tantos outros.

      r= a escola pode organizar seus projetos e buscar solucionar estas demandas que estão articuladas com diversos conteúdos. Ou seja, conversa para boi dormir. Abordamos drogas, sexo, violência, corrupção e outros itens e não adotamos os ciclos. Quem parece não conhecer a estrutura interna das escolas são os “ciclistas”.

      3- Resumindo de forma direta e simples, parece que para alguns educadores ainda não enxergam que o nosso currículo está fragmentado e atende apenas de forma prescritiva, moralista, e essencialista aos nossos alunos. É uma missão quase que impossível, desenvolver uma aprendizagem significativa e com qualidade da maneira que estamos hoje, tendo em vista a gama de tecnologias e informações presentes hoje em nossa sociedade. Assim, ao falar de currículo, devemos estar preparados para pensar e analisar criticamente o que as escolas estão fazendo ou o que pretendem fazer com os futuros cidadãos que ali se formam e vivem experiências no seu meio social, cultural, familiar e educacional.

      r= me parece que alguns educadores não enxergam que seus textos lotados de discriminações contra o atual método de ensino são toscos e não alcançam a raiz do problema, que está no abandono da estrutura (falta de professores, livros decentes e estrutura para que as dependências e outras tolices funcionem), e na falta de disciplina de estudantes, pais e até mesmo professores. Aprendizagem significativa com os novos meios de comunicação? Minha escola nem livros tinha até o ano passado…(os professores estão comprando). E quero ver que governo vai manter laboratórios de informática em escolas que não tem espaço e nem tinham televisão.

      Eu estudei na seriação dos tempos que não havia dependência para auxiliar os preguiçosos (que depois de um tempo nesta “droga”alcançam sérios problemas de aprendizagem), e a minha aprendizagem foi significativa. Você e outros sonhadores “psicopecórnios” estão procurando justificar mudanças para agradar outros grupos de sonhadores que parecem fortemente desvinculados da realidade.
      E este papo de achismos…nossas críticas estão baseadas no estudo de Perrenoud, Arroyo, e outros ilusionistas.Estudamos suas linhas de argumentação, comparamos com os estados no qual foram aplicadas e suas adaptações e as conclusões foram preocupantes.Comparamos a teoria com a realidade, e concluímos que o governo só quer economizar evitando reprovações. Desde a 1ª reunião isto ficou bem claro. A proposta é de escola creche. Escola tem que ter conteúdo, apresentar as grandes descobertas da humanidade. O RESTO quando for necessário, por causa de pais idiotas que não ensinaram o básico.
      Tem dias que eu espero que o sistema embarque nesta furada para que depois eu possa encontrar cada um dos que defenderam esta porcaria e esfregar em vossas caras o prejuízo que causaram para toda uma geração de estudantes.

      E desafio mais uma vez que os defensores da proposta de ciclos a apresentem qual era o plano do governo para o ano de 2013 e como as escolas funcionariam (é obrigação da administração deixar bem claro os seus “planejamentos”.) Tenho a impressão que o secretario, o governo, a EAPE e outros interessados não sabiam bem como seria. Só queriam que ela fosse inicializada e pronto.
      Ah, e se a proposta for uma delimitação de objetivos gerais como a realizada acima (do tipo que não chega a lugar nenhum) façam o favor de comê-la. o assunto já está batido, o governo já está percebendo que pisou no quiabo e apenas 6 escolas de 6º até o 9º ano parecem ter aderido a este universo da fantasia esquerdopata. Eu sempre apoie a esquerda, mas espero que ela tenha plano sérios e basados na realidade. Vão ficar floreando teoriazinha que não serve para nada lá na casa do Rivaldo!

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  5. Conceição Teodoro disse:

    Caros, Vejam como é a educação na Suiça de Philippe Perrenoud, mentor dos ciclos e mal copiado no Brasil – comentário de minha responsabilidade, Conceição.

    10 factos sobre a educação

    Ramiro Marques

    O sistema educativo da Suiça é um dos melhores do Mundo. Ao contrário do sistema educativo no Japão, Singapura e Coreia do Sul, o sistema suiço é dos mais descentralizados do Mundo. Cada cantão tem a responsabilidade de elaborar os currículos, contratar os professores e definir os calendários escolares. Os alunos suiços ficam entre os 15 melhores nos testes PISA. Conheça os 10 factos que caracterizam o sistema educativo na Suiça.
    • 1. O sistema é altamente descentralizado. A responsabilidade pela elaboração e concretização das políticas é de cada cantão. A idade mínima para entrada na escola é os 6 anos. E a escolaridade só é obrigatória até aos 15 anos de idade.
    • 2. O ensino está estruturado em dois ciclos de seis anos. A escola primária tem seis anos de duração, findos os quais os alunos são distribuídos por várias vias do ensino secundário.
    • 3. Grande parte dos alunos sai da escola primária de seis anos para frequentarem ensino secundário de carácter tecnológico ou profissional, chamada de Fachhochschulen, cuja estrutura curricular depende de cada cantão. Só os melhores alunos é que seguem a via académica do secundário, chamado Gymnasium, que se destina preferencialmente a preparar os alunos para o acesso às melhores Universidades da Federação Suiça.
    • 4. A Suiça não aceita o modelo inclusivo. Ao invés, separa os alunos por turmas de acordo com as suas capacidades. As crianças são separadas consoante a língua materna seja o Francês, o Italiano ou o Alemão.
    • 5. A Suiça tem 12 Universidades e algumas, com a Universidade de Basel, são das melhores do Mundo. O acesso às melhores universidades é muito competitivo e está reservado apenas aos melhores alunos. #6. Não existe um sistema centralizado de recrutamento de professores. A responsabilidade de recrutar docentes fica ao nível de cada cantão.
    • 7. A maior parte dos alunos frequentam cursos profissionais, chamados d Berufsleher, logo após o 6º ano de escolaridade. O curso profissional tem a duração de dois ou três anos, permite estagiar em empresas e certifica para o exercício de uma profissão.
    • 8. A via académica, chamada de Gymnasium, e que prepara para a Universidade, tem currículos diversos consoante os cantões. Há escolas que enfatizam as Artes, outras a Matemática e as Ciências e outras ainda as Humanidades.
    • 9. O dia escolar começa às 8:00 e prolonga-se até às 15:00.
    • 10. Os alunos que frequentam os cursos profissionais com estágio em empresas passam, regra geral, dois a três dias por semana na empresa e dois a três dias por semana na escola. Esses alunos podem seguir estudos pós-secundários de carácter profissional e tecnológico.

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  6. Cristino Cesário Rocha disse:

    Há um debate não recente sobre Ciclos e Semestralidades tanto no DF quanto em outras localidades, por isso ser impensável um “pai” ou “mãe” dos argumentos sobre esse assunto. O texto de Benigna ajuda a entender um posicionamento, o dela, que deixa evidente a sua preocupação com uma escola e sujeitos educativos que se dão ênfase à avaliação escolar. Em que pese a contribuição de Saulo, reafirmo meu posicionamento: Educação pública se faz com participação efetiva…

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