Por: Cristino Cesário Rocha*
Caríssimos (as) não dá para ficar calado (a) diante do fogo cruzado experimentado pelas escolas públicas do Distrito Federal. É preciso examinar se a mídia elitista não está aproveitando do abandono das escolas públicas do DF para alardear e enaltecer as escolas privadas. Importante também aprofundar o debate junto à Secretaria de Estado de Educação do DF, com a comunidade escolar e com Agnelo Queiroz em que medida o resultado tem a ver com a maneira como se governa. Ainda nessa perspectiva, cabe montar uma estratégia de avaliação da escola pública do DF não apenas do ponto de vista numérico, mas em todas as dimensões. Resultado de provas é desumano quando não se vê o conjunto das relações.
Posto essas considerações, gostaria de tecer algumas impressões sobre o alarde de que a “escola privada seja a melhor”, bem como sobre o silêncio da SEDF e de outros segmentos sobre o que considero fogo cruzado entre a mídia elitista e o abandono. Esse posicionamento tem a intenção de provocar ao debate e promover mudanças.
Penso que não se pode negar o fato de que as escolas públicas do Distrito Federal tenham padecido de um desprezo crônico. Não é hiperbólico dizer que as escolas públicas do DF estão na UTI desde o seu nascimento, tendo muitas pessoas e instituições que em vez de oxigená-la, aplica-se a eutanásia sem pudor. As exceções são aquelas que não são divulgadas porque não é interesse da grande mídia divulgar resultados exitosos de escolas públicas. Sempre houve um conchavo entre a Mídia elitista e lideranças políticas descomprometidas com a educação pública. Pode-se dizer sem medo de errar que abandono=fracasso=mídia elitista=interesse dominante. Quem sai perdendo com essa soma? Não tenho dúvidas: é a comunidade escolar que necessita do serviço público.
Pois bem, ao entender que a escola pública está situada em um fogo cruzado, há que considerar possíveis causas. Atribuo ao fogo cruzado a defesa de interesse. Parece pouco apenas uma causa. Há desdobramentos dessa causa, e cada pessoa ou grupo social pode identificar dezenas de causas de acordo com o alcance de cada consciência.
Bem sabemos que não é de hoje que a grande mídia ataca empobrecidos, homossexuais, mulheres, negros (as), a educação pública e outros valores. Ao veicular uma notícia o faz com corte ideológico do ponto de vista do dominante e quando convêm, divulga o que interessa aos governantes. Vejo um governo paralelo que cabe uma pergunta: quem de fato governa?
A recente divulgação do resultado do ENEM, evidenciando a escola privada como a de melhor qualidade, cabem algumas perguntas: de qual qualidade está falando? Qual o senso de justiça se tem ao fazer comparações entre uma escola pública e uma escola privada? O que se considera das escolas, sejam públicas ou privadas ao noticiar resultados?
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