[ARTIGO] Escolas públicas do DF: entre o abandono e a mídia elitista

Por: Cristino Cesário Rocha*

Caríssimos (as) não dá para ficar calado (a) diante do fogo cruzado experimentado pelas escolas públicas do Distrito Federal. É preciso examinar se a mídia elitista não está aproveitando do abandono das escolas públicas do DF para alardear e enaltecer as escolas privadas. Importante também aprofundar o debate junto à Secretaria de Estado de Educação do DF, com a comunidade escolar e com Agnelo Queiroz em que medida o resultado tem a ver com a maneira como se governa. Ainda nessa perspectiva, cabe montar uma estratégia de avaliação da escola pública do DF não apenas do ponto de vista numérico, mas em todas as dimensões. Resultado de provas é desumano quando não se vê o conjunto das relações.

Posto essas considerações, gostaria de tecer algumas impressões sobre o alarde de que a “escola privada seja a melhor”, bem como sobre o silêncio da SEDF e de outros segmentos sobre o que considero fogo cruzado entre a mídia elitista e o abandono. Esse posicionamento tem a intenção de provocar ao debate e promover mudanças.
Penso que não se pode negar o fato de que as escolas públicas do Distrito Federal tenham padecido de um desprezo crônico. Não é hiperbólico dizer que as escolas públicas do DF estão na UTI desde o seu nascimento, tendo muitas pessoas e instituições que em vez de oxigená-la, aplica-se a eutanásia sem pudor. As exceções são aquelas que não são divulgadas porque não é interesse da grande mídia divulgar resultados exitosos de escolas públicas. Sempre houve um conchavo entre a Mídia elitista e lideranças políticas descomprometidas com a educação pública. Pode-se dizer sem medo de errar que abandono=fracasso=mídia elitista=interesse dominante. Quem sai perdendo com essa soma? Não tenho dúvidas: é a comunidade escolar que necessita do serviço público.

Pois bem, ao entender que a escola pública está situada em um fogo cruzado, há que considerar possíveis causas. Atribuo ao fogo cruzado a defesa de interesse. Parece pouco apenas uma causa. Há desdobramentos dessa causa, e cada pessoa ou grupo social pode identificar dezenas de causas de acordo com o alcance de cada consciência.

Bem sabemos que não é de hoje que a grande mídia ataca empobrecidos, homossexuais, mulheres, negros (as), a educação pública e outros valores. Ao veicular uma notícia o faz com corte ideológico do ponto de vista do dominante e quando convêm, divulga o que interessa aos governantes. Vejo um governo paralelo que cabe uma pergunta: quem de fato governa?

A recente divulgação do resultado do ENEM, evidenciando a escola privada como a de melhor qualidade, cabem algumas perguntas: de qual qualidade está falando? Qual o senso de justiça se tem ao fazer comparações entre uma escola pública e uma escola privada? O que se considera das escolas, sejam públicas ou privadas ao noticiar resultados?

CLIQUE AQUI e leia a íntegra do artigo

32 Responses to [ARTIGO] Escolas públicas do DF: entre o abandono e a mídia elitista

  1. carlos disse:

    Eu até entendo sua revolta em algumas questões envolvendo este assunto. Mas a pergunta principal é.. Não deveria ser o governo quem deveria estar levantando estes questionamentos? Afinal ele é o “diretor” da escola pública..Mas claro estamos diante de um governo que consegue a proeza de nos fazer sentir saudades de Roriz

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Caro Carlos penso que os governantes devem responder as perguntas em sentido prático. Não acredito que governador seja diretor da escola pública. Fez bem em colocar entre aspas o termo diretor quando se refere ao governador. Também não sinto saudade de Roriz. Em vez de uma nostalgia sinto-me melhor em apostar na melhora no aqui e agora.

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      • carlos disse:

        e qual está sendo sua aposta no aqui e agora, compartilha aí com a gente pq tá f… de aturar

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        • Dedo-duro disse:

          O governador não é e nunca será diretor de escola. Diretores devem ser nós profissionais da educação e a própria comunidade escolar como um todo, de maneira participativa.

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        • Cristino Cesário Rocha disse:

          Caro Carlos o aqui e agora é tão imprevisível quanto o futuro. Em meio ao caos ainda me resta a esperança, pois a caixa do GDF (cheia de males) que não é de Pandora, faz-se apostar na saída do abismo. Pode ser pouco para você ouvir falar apenas de esperança, mas é a que ainda não foi roubada…

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  2. martins disse:

    Afinal de quem é a culta? É do Sr. Sistema. Quem não fala, não ver, e não ouve, ou seja os três macacos famosos? Que nada. A culpa são dos próprios professores, que ao ocupar um determinado cargo, na escola, na regional, na sede, no buriti, acham que já são poderosos. Até poruqe sua gratificação já permite colocar seus filhos numa escola particular esquecem, inclusive suas origens na escola pública. É simples resolver este problema. Basta que todos os professores que ocupam esses cargos em todas as esferas se revoltassem e colocassem seus cargos a disposição, como forma de pressionar os poderosos a fazer alguma coisa. Desse FORMA A GRANDE MÍDIA (GLOBO, CORREIO, RECORD E OUTRAS) DIVULGARIA, caso contrário não adianta DEBATE ENTRE CUT, CNTE, SINPRO, GRÊMIO. É PRECISO URGENTEMENTE AÇÃO. EU DUVISO SE ISSO NÃO CAUSARIA MUDANÇAS. sérias na educação pública. Mas teria que se todos os ocupantes de funções na Secretaria de Educação. Mas, não sou sonhador. Isso não vai acontecer NUNCA. Porque é mais fácil, falar do que agir e ganhar uma gratificaçãozinha achando que isto é o máximo com muitos professores PENSAM.

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    • carlos disse:

      Martins , fale por vc e pelo seu comportamento profissional, geralmente é assim que emitimos nossas opiniões, trabalho para à noite poder colocar a cabeça no travesseiro e ter a certeza do dever cumprido…Já escutei este mantra de que tudo é culpa dos professores, a certeza que tenho é que muito pouco pode ser atribuído a nós professores, por exemplo, a infinidade de erros no seu post…vai dizer que os professores de português não explicaram a matéria exaustivamente? Pois é, cabe ao aluno fazer a sua parte, quem faz alcança o sucesso, já quem não faz…

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      • martins disse:

        Meus amigo Carlos, o seu post também tem muitos erros, aliás o blog todo tem erros. Mas o debate não é esse. A vezes digitamos rápido demais, sem a preocupação com as regras gramaticais. Acho que você não entendeu nada, É lógico que cabe a aluno fazer a sua parte, o problema é que ele não está fazendo, nem o governo, nem alguns professores. E tudo fica por isso mesmo. Por favor não entenda como um ato de rebater suas críticas. O com de qualquer debate são as divergências. Um grande abraço.

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    • João Tiago disse:

      Nada a ver, caro Martins.
      Os professores que trabalham nas Regionais , de um jeito ou de outro e independentemente de partido político, também procuram fazer um bom trabalho. Essa “cisão” não contribui em nada para o debate. Se todos os ocupantes de funções na Secretaria de Educação abandonasem os cargos, aí sim o Sistema sucumbiria de vez.

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  3. Cesar Ricardo disse:

    As questões aqui levantadas são válidas, meu amigo Cristino, porém exaustivamente conhecidas por nós. Discordo, no entanto, de que as “Escolas Públicas do DF estão (estejam) na UTI desde o seu nascimento”. Notoriamente foi um processo insistente de sucateamento dos seus espaços e de seus profissionais ao mesmo tempo em que se abriu espaço para a privatização do ensino capitalista com as escolas particulares, nem tão boas assim.

    O que deveríamos questionar é o quarto lugar geral, isto é, a péssima qualidade das escolas particulares do DF.

    Eu nem entro muito na questão porque o ENEM não tem legitimidade pra mensurar nada, é algo surreal comparar uma escola como a Olimpo, cuja mensalidade custa quase 2 mil reais e somente 42 alunos fizeram a prova, quando a realidade da Escola Pública e seus estudantes são bem diferentes chegando a mais de 200 alunos inscritos por Escola.

    Agora, sim, sua pergunta é válida: por que o governo local e nosso sindicato se cala diante as falácias da mídia? Sabemos bem os motivos… Então nem esquento, é chuver no molhado e vou fazendo minha parte, mesmo que anonimamente! Aliás, eu não, grupos de professores, alguns, que honram a profissão!

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    • Cesar Ricardo disse:

      *sucateamento dos seus espaços e de seus profissionais ao longo dos anos;

      *se calam;

      *chover.

      Texto escrito sem revisão é assim. O importante, no caso, são as ideias, mas enfim…

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Caro Cesar Ricardo Ao dizer que as questões são “exaustivamente conhecidas por nós” não faz do debate uma possibilidade de ampliar o nível, mas deixa a sensação de comodidade em um saber já instituído e dado. Parto do pressuposto socrateano “sei que nada sei” para poder examinar melhor outras contribuições e apresentar o que tenho de alcance diante de determinado assunto. É preciso também investigar quem é esse “nós” que já tem a propriedade investigativa e indagativa. Quando você discorda de que a educação pública esteja na UTI, aponta o processo de sucateamento dos espaços e dos profissionais, bem como o crescente fortalecimento das escolas provadas, fruto do capitalismo. Ora, se a educação pública tem a sua história de enfraquecimento e de descuidado, o que você chama de processo, chamo de historicidade. Não há dicotomia entre o processo e a história, mesmo porque o processo se dá dialeticamente na historicidade. Veja o conceito de público tão largamente concebido como “sujo”, “que se pode apedrejar”, que se pode destruir”, “sem valor” e outras alusões. Se teoricamente se pensa assim, como seria a prática? Essa mentalidade não é nova. Vem sendo construída desde a Colônia, Império e República, para não reportar a tempos mais remotos. O pior de tudo é que os empobrecidos e negros (as) não tiveram acesso a uma educação pública de qualidade, daí a luta ser o passo fundamental para a mudança. Passamos de um regime a outro sem a devida melhora da educação pública e quem sempre teve acesso às melhores escolas foram a elite brasileira. Em que pese a luta de grandes expoentes da educação, no caso do Manifesto dos Pioneiros da Educação na década de 1930 e de outros contextos históricos, há ainda muito a melhorar, basta olhar a situação das escolas públicas do DF e de outras localidades da federação.
      Do ponto de vista indagativo, houve um problema de comunicação. Em nenhum momento deixei claro ou quis dizer que o SINPRO-DF silencia diante da mídia. Não faz parte de meu repertório atacar o sindicato que me defende. Vejo que o SINPRO-DF tem se posicionado na defesa da categoria em vários aspectos e não tem se esquivado de lutar pela melhoria de todos (as). É fato também que o SINPRO-DF possui uma pauta de reivindicação expressamente no Plano de Carreira que não é respeitada pelo GDF. Precisamos distinguir o que é atributo do executivo (GDF) e o que é de iniciativa dos Sindicatos. Fazer a parte no anonimato não vejo ser solução para problemas com a envergadura que possui em todas as esferas da vida humana no DF e no Brasil. Vamos conversando…

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      • Cesar Ricardo disse:

        Algumas considerações: Seu texto é bom, mas insisto no lugar-comum do mesmo, principalmente para quem reflexiona e se coloca como agente transformador na sua cotidianidade: o professor comprometido com sua prática do qual me referi acima. Portanto, não considero esta postura como acomodação, apenas não dou importância ao discurso ideológico midiático que finge não ver a realidade, porque o mascara.

        Sim, na minha leitura rápida que fiz de seu texto, incluí o Sinpro, muito embora, diferente de você, considero-o no momento inoperante diante às ofensivas que sofremos. Será que ainda tem esperança, assim como voce também o afirma em comentários abaixo, que este governo tomará outro rumo? Cada um pensa o que quer…ou sabe-se lá os interesses particulares, se é que me entende…

        Parece-me que estamos de acordo quando ao longo processo (ou historicidade, como queira) de sucateamento da Escola Pública. Desnecessário enumerar aqui os motivos, bem o sabemos…

        Quanto ao anonimado, penso que não compreendeu a assertiva ou realmente tem um ponto de vista diferente do qual discordo, a saber: o fato de uma pessoa estar sob os holofotes não confere a ela maior importância histórica daqueles que anonimamente fazem também a história. Pensando assim, você dá continuidade à legitimação da “história oficial”, dos “vencedores”, e conhecendo-o, sei que não é esta a sua leitura dos fatos. Então, meu caro Cristino, o fato de ser anônimo não diminui em nada o ser como agente social e transformador de seu tempo. Apenas me reportei aos professores comprometidos (e tantos outros agentes) que diariamente, no anonimato de suas ações, fazem o país progredir em suas diversas ramificações, encaminham pessoas, colaboram com um mundo melhor mesmo e apesar da grande mídia que insiste em destratá-lo. Anonimato aqui não é sinônimo de acomodação ou silêncio diante às mazelas do grande Leviatã e tem sua importância tanto quanto ou mais que aqueles sob os holofotes de uma pseudo, frágil e temporária fama.

        O debate é bom, sigamos adiante!

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        • Cristino Cesário Rocha disse:

          Ok Cesar Ricardo, fiz uma leitura considerando uma possível “visão intimista” confundida com ação no anonimato. Seu posicionamento esclareceu minha dúvida. Vamos em frente lendo e relendo textos e contextos…

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  4. Leila Cristina disse:

    E nós conseguimos discutir alguma coisa com esse governo?

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  5. Viviane disse:

    As palavras do colega Cesar Ricardo foram excelentes!

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  6. Wellington disse:

    Amigos, quem paga propagandas caras para manter a mídia? Escolas particulares ou públicas? Somos administrados por um governo que parece viver na ilha da fantasia, por isso alheio as questões sociais e de interesse do povo.

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  7. Rosanjela disse:

    Provavelmente este governo já começou um processo de privatização da escola pública. Mas o que esperar de um partido que compra votos para subtrair direitos dos trabalhadores.

    Agnelo vai vender as escolas públicas para financiar o estádio.

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  8. Cristino Cesário Rocha disse:

    Martins penso que somos todos (as) corresponsáveis pela educação pública, bem como com a saúde, a segurança e outras necessidades básicas. Não vejo culpados (as), mas pessoas comprometidas ou não e que devem assumir uma responsabilidade social diante dos grandes problemas. Ao culpar o docente acabamos sobrecarregando uma pessoa que já sofre com os açoites do descompromisso do poder executivo. Portanto, sinto não ser o caminho culpar docentes. Deixar um cargo pode não significar nada em termos ético-políticos. Sempre haverá alguém que estando de fora tem o interesse de estar dentro. O problema não está basicamente em assumir funções, mesmo porque a engrenagem administrativa não funciona apenas com máquinas. Ainda sinto que a CNTE, SAE, CUT, SINPRO-DF, Grêmio Estudantil e outros mecanismos de participação têm um significado imensurável no contexto trabalhista e no âmbito da educação. Vejo uma inconsistência: você propõe uma ação de ocupantes de cargos no GDF(deixar cargos) como uma forma de pressão e/ou solução, mas ao mesmo tempo diz que não é sonhador. Apostar em mudanças por meio de proposições faz parte de um sonho, pois só quem sonha é capaz de propor mudanças. Outro problema é que você parte de um ceticismo absoluto quando diz “isso não vai mudar nunca”, desarticulando sua crença ao dizer que “eu duvido se isso não causaria mudanças”, referindo-se a uma ação possível no âmbito do poder público. Diz também que “é simples resolver esse problema”. Não há nada simples, pelo contrário, é a complexidade e perplexidade que tornam a vida mais desafiante. Por fim, gostaria de lançar mais algumas questões: se você estivesse ocupando uma função no GDF(ponto de vista estritamente imaginário), o que faria e o que falaria? É possível vaticinar do lado de fora com a mesma precisão quando do lado de dentro? Vamos fazendo o debate…

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    • martins disse:

      Caro amigo Cristino, você levantou um ponto interessante, quando estamos do outro lado. precisamos pensar diferente, levar nossas convicções, nossa utopia. O que não concordo são colegas professores que chegam no poder, e esquecem das suas convicções, da sua utopia, enfim. Não levam suas ideologias para provocar mudanças radicais, na educação, na sociedade de um modo geral. O problema é que alguns partem para a famosa zona de conforto, por que está ganhando uma pífia gratificação. Eu particularmente se estivesse participando desse governo, com certeza seria exonerado em menos de 48 horas, pois iria incomodar muita gente. Quer um exemplo, os meus comentários, nesse blog já incomodou, inclusive o colega, Carlos, que está mais preocupado com os meus erros de digitação e concordancias em detrimento a conteúdo dos comentário. Meu caro Cristino acho que a educação só irá mudar de verdade, quando acabar com esta passividade dos maiores formadores de opiniões em um país, que são os professores. Na escola em que trabalho, apenas meia dúzia abrem a boca, todos concordam com tudo. Desses apenas a metade tiveram coragem de encarar a greve toda.Vamos ao debate…..

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      • Cristino Cesário Rocha disse:

        Caro Martins observo que há uma sensibilidade em seu modo de ver. No entanto, muita coisa que pensamos ser de acesso ao nosso olhar e nossa prática acaba estando tão distante, muitas vezes foge de nosso controle. ÀS vezes temos muito a contribuir participando do espaço de poder, mas nem sempre temos o equilíbrio necessário para lidar com atitudes e valores contrários. Lidar com o contraditório não é fácil, imagine ver fatos e situações e ter que se calar em função do cargo. Sinto que o grande nó da questão é saber lidar com o poder, o que lembra sua preocupação com docentes que assumem um pedaço do queijo e viram gatos. Infelizmente muitas pessoas caem na armadilha do poder expresso por Rubem Alves em O sonho dos ratos. De acordo com a conclusão de Alves rato que toma posse do queijo expõe as garras e vira gato. Obviamente não podemos acreditar que essa lógica seja norma para todas as pessoas. Se assim o fosse não teríamos como respirar um ar saudável nem apostar na mudança. Nem toda pessoa é corruptível e corruptora. Creio que não haja caos em que a vida não possa ser salva. Quanto aos erros de português não há o que temer ou sentir-se rebaixado. Há estudiosos que acreditam que o que se escreve deve seguir a norma culta, diferente de quando se fala, pois o falar está dentro de uma variação linguística. Admiro quem consegue escrever e falar dentro de uma norma padrão e/ou culta, no entanto questiono se a norma culta não seja uma forma de colonização linguística. Ademais, creio que nosso debate tem muito a crescer com e para além do texto…

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  9. Jose AB disse:

    O texto serve para reflexões concordemos ou não com seu conteúdo!
    A escola pública que atende 600000 pessoas é mais eficiente que uma que atende 200 alunos?
    A falta de interesse se soma as fragilidades que existem na parte estrutural da escola e das famílias dos alunos?
    Se a escola pública não existisse? Certamente teríamos o caos que iria sufocar essa pretensa elite………….
    Imagine essas escolas destaque atendendo os problemas que a escola pública atende?
    Imagine a escola pública com os alunos que eles tem…………
    Certamente seria fácil tirar nota no ENEM……….
    Sejamos realistas: cada uma se presta a uma finalidade, mas a escola pública com todos os senãos ainda tira leite de pedra ao conseguir seus resultados!
    A escola particular é apenas menos pior pois deveria ter notas 100% melhor que as escolas públicas……….
    Vencer por pontos não significa aplicar um nocaute…..
    Segura a onda…………..

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  10. Laurinha disse:

    Cabe-nos avaliar o porquê da escola particular ser melhor que a escola pública ou em quê, mais precisamente! Em sua maioria, os professores são os mesmos das escolas públicas, enão não creio que os profissionais de verdade façãm da escola pública “bico” ou “passatempo” ou “cabide de emprego”, ou coisas do gênero, penso que a diferença está na estrutura como um todo. As escolas particulares oferecem sustentação ao professor, entenda-se por sustentação, tudo o que for necessário para o ambiente escolar, desde o material pedagógico até… TUDO o que não temos na escola pública. A começar por um gestor que de sala de aula não entende nada e que é assessorado por uma equipe igualmente despreparada. Como é que alguma coisa pode dar certo? E olha que muitas coisas ainda dão certo e essas mesmas coisas não são divulgadas e essas são mérito exclusivamente dos professores verdadeiramente comprometidos com a educação e também que contam com respaldo de uma boa direção de escola! Esses profissionais existem, acreditem! Agora, esperar que a Secretaria de Educação na pessoa do sr. Denílson nos defenda… é no mínimo ingenuidade! Ele por acaso sabe o que acontece além do próprio umbigo? Eis a questão! Cabe a nós e ao Sindicato partirmos em defesa da escola pública, divulgar o que é positivo e continuar torcendo para que o Agnelo acorde e mude esse Secretário de Educação que conseguiu piorar o que já vinha ruim!

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  11. Joao disse:

    O texto traz questionamentos relevantes e uma indiganação justa quanto o ataque da mídia à escola pública através dos resultados do ENEM e do ranking de escolas publicado.
    No entanto, penso que se já conhecemos como opera a grande mídia e sob a defesa de que interesses, não deveríamos ficar surpresos pelo seu posicionamento.
    Por outro lado, a indignação é válida, posto que a educação pública é construída por educadores sérios, comprometidos e, na minha opinião, muito melhores como educadores do que os da iniciativa privada (ex. muitos professores das escolas particulares se reconhecem e assumem suas limitações educativas como “mero dadores de aula e transmissores de conteúdos”).
    Dessa maneira, a grande mídia, que tem como grande anunciantes os megaempresários da educação de Brasília que concorrem por mais alunos mediante o posicionamento de suas escolas privadas no ENEM, tem atuado muito claramente em favor da escola paga e da lógica de culpabilização do professor por todo e qualquer resultado do “ensino” (que se supõe ser avaliado por uma prova como o ENEM). Por meio de seus jornalistas ignorante quanto à educação ou mal-intencionados e jornalecos de grande circulação (Correio Braziliense, Jornal de Brasilia, mídia e rádios televisivos locais), vemos a imagem de tudo de positivo que construímos em condições muito adversas simplesmente ser ignorado ou rebaixado, ao tempo que o questionável trabalho de algumas escolas burguesas, sobrevalorizado e defendido como em uma peça grosseira de marketing.
    Mas se a indignação quanto ao posicionamento da mídia é positiva, me parece que está desviando a atenção de outro problema mais grave: o questionameto da lógica de avaliação e rankings.
    Esses são alguns questionamentos devemos fazer não só a mídia, mas também a opinião pública, e principalmente aos engravatados que nos impõem na educação suas lógicas importadas do mercado:

    1. Que aspectos (do sistema escolar, da escola, do professor, do aprendizado dos alunos, do nível cultural prévio dos alunos, da participação da família e envolvimento da comunidade escolar) avalia o ENEM?
    2. Para que serve os rankings de escolas? A que objetivos atende? O que eles engendram na prática? Esse sistema de rankeamento levou a melhora substancial da educação nos lugares onde foi criado e utilizado?
    3. Como é possível uma prova aferir o esforço e o nível de aprendizagem lograda por alunados de classes e níveis culturais distintos?
    4. É razoável utilizar o exemplo de escolas públicas sucateadas, em que a combinação de fatores como professores super-comprometidos, direção eficiente e participação mais efetiva da comunidade escolar, levou a resultados mais eficazes no ENEM em raras escolas públicas do Brasil, tal como um modelo possível de ser generalizado e imposto a todas as escolas públicas???
    5. Por que as avaliações internas (auto-avaliações, av. insitutucionais, com a participação da comunidade escolar, especialistas, professores, alunos, etc ) não são valorizadas, ou pelo menos, colocadas a algum contraste das avaliações externas ou padronizadas como ENEM a fim de se chegar a uma situação mais verdadeira ou justa da escola avaliada???
    6. O ENEM supera a lógica excludente do vestibular tradicional ou a mantém sobre outra forma???
    7. Qual a parcela exata do ensino ministrado apenas por parte do professor ou do conjunto de professores das diversas escolas avaliadas pelo resultado do ENEM ? Sendo uma parcela subjetiva, é possível aferí-la ?

    Penso que os que dirigem o sistema educacional não publicarão as verdadeiras respostas. A mídia, tampouco.
    Sendo assim, não é só a mídia que tem q ser combatida (ela só está fazendo o seu previsível papel de inimiga histórica de nossa classe), mas o próprio GDF, a Sec. de Educação, o MEC e suas políticas de avaliação alinhadas ao Banco Mundial/BID/UNESCO.
    Devemos sim qualificar esse debate…

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Caro João suas inquietações são pertinentes e enriquecem esse debate. Na verdade não há apenas um lado da questão, como muitos ainda perseguem uma visão unilateral diante dos problemas. Vejo que não seja tão fácil enxergar o que as estruturas de poder fazem e pensam, vez que há um plano muito bem arquitetado por quem tem nas mãos o poder econômico, a ideologia, o poder judiciário e as armas (poder militar) a serviço da dominação, exploração e exclusão. Se tivéssemos apenas a mídia contra a educação seria um mal menor a ser combatido. Há muitas contribuições para que se obtenha insucesso na educação pública, da mesma maneira que há quem conspira em favor de uma educação pública valorizada e com sucessos.
      Uma política de avaliação do MEC ainda sob os ditames dos objetivos dos organismos internacionais pode ser questionada e mais do que isso repudiada. Não dá para engolir instrumentos de avaliação que beneficiam empresas privadas e bancos que não defendem interesses públicos, bancos esses que nem se quer têm preocupação com uma universalização seguida de qualidade social. O debate precisa atravessar a universidade pública, a educação básica, a Câmara Legislativa do DF, Sindicatos, Centrais Sindicais, a comunidade escolar, o governo Federal e outros segmentos. Há problemas maiores do que nossas possibilidades de alcances (mundo da prática). Penso que a mobilização (movimento) em prol da educação pública está em seu momento oportuno. Precisamos de um novo manifesto que vá além dos Pioneiros da Educação Nova.

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    • Luciano Marim Lopes disse:

      Colega João, a mídia só expecula aquilo que o próprio sistema fez e promoveu contra ele mesmo. Ela é oportunista, o grande vilõ desta história foi o maior gestor da educação, MEC, que diixou “vazar” os resultados das médias por UE de todo o País, sendo de interesse midiático. Por que o MEC assim procedeu? O que o Governo local tem a dizer sobre esta falha do MEC? O que a SEDF tem a dizer sobre estes reultados, observada a má gestão que ocorre nesta pasta? Culpar a mídia não vai incomodar os gestores da educação pública, deveríamos questionar as entidades públicas que administram a educação em nível nacional e local nos seus respectivos Entes Federativos que sucateiam as escolas públicas resultando nestes desastrosos resultados em uma avaliação que não deveria passar de apenas um critério seletivo para se conquistar vagas nas universidades.

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  12. keli disse:

    Acredito que depois deste artigo o blog subiu um degrau no que diz respeito ao debate. Também sinto falta do posicionamento do SINPRO em relação aos resultados não apenas desta, mas de outras avaliações pelas quais a educação do DF tem se submetido ao longo do tempo. Seria muito bom ver por aqui um parecer mais profundo, fundamentado e contextualizado, levando em consideração todas as partes envolvidas. Talvez assim, conseguiríamos enxergar a complexidade com mais clareza e evoluiríamos bastante no debate.
    P.S: Cristino Cesário, parabéns pelo artigo, apareça mais por aqui!

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Keli fico feliz por apreciar o texto. Todos nós estamos de parabéns pelo debate, ousadia e coragem de expor ideias a serem limadas em ambiente reflexivo. W.D está de parabéns pela criação, coordenação e acompanhamento desse espaço. Caso queira pode repassar para outras pessoas. A discussão em uma coletiva de docentes e mesmo em uma avaliação institucional da escola com todos os segmentos poderá abrir horizontes…

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Caríssima Juliana o link que você indicou tem tudo a ver com nossas reflexões. Pode-se dizer que as ideias estão prenhes de verdades. O caso de Ceilândia se estende a outras realidades, como a mesma situação vivida pelo CEF Myriam Ervilha na proximidade de Santo Antônio do Descoberto-Go. João Cabral de Melo Neto vive: vivemos a mesma vida e a mesma morte Severina. Melhor dizer: somos severinos (as) na vida e na morte. Que caia bastante chuva para mostrar a nudez dos fatos e sensibilizar a população para reivindicar direitos e alertar as autoridades locais sobre o exercício da cidadania enquanto valor inalienável…

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  13. martins disse:

    Caros colegas, tudo que escrevemos é muito bonito, interessante, pertinente, importante, relevante. O debate é super válidado, mas tenho uma grande dúvida: Como transformar em melhorias para o aluno, e para a sociedade? Como fazer o governo pensar, como pensamos? Greve geral? Entregar os cargos? Mudar os integrantes do Conselho de Educação? Aumentar as verbas para a educação? Não consigo mais, fazer cursos e mais cursos, participar de debates e mais debates, e não ver nem uma mínima mudança para melhor, ou sou cego, mudo e surdo. ou preciso urgentemente mudar de profisssão. Um abraço para todos.

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    • Cristino Cesário Rocha disse:

      Martins penso que você não seja nem cego, nem mudo, nem surdo. Na verdade trata-se de uma indignação e de uma impotência diante da realidade. Mudar de profissão não ajuda a solucionar problemas da categoria. Seguramente você encontrará outros problemas quando em outro espaço de trabalho. Vamos construindo novas possibilidades com ideias, teimosia e ação…

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