Portaria de distribuição de turmas traz prejuízos para a rede de ensino pública

fonte: Sinpro

A Portaria nº 284, publicada na Edição Extra nº 275 do DODF dessa quarta-feira, que trata da forma como as turmas serão distribuídas a partir de 2015 traz um dos maiores retrocesso na luta da categoria docente do Distrito Federal. A Diretoria do Sinpro estima que, com essa portaria, a rede pública de ensino vai perder, este ano, cerca de 400 coordenadores pedagógicos. E mais, não terá nenhum coordenador até que o primeiro bimestre termine

É a primeira vez, desde 2007, quando o Sinpro passou a integrar as comissões do Governo do Distrito Federal (GDF) de elaboração de portarias e outras leis destinadas à docência, que o conteúdo de uma portaria discutido com o Sindicato dos Professores é alterado à revelia dos representantes da categoria e publicado de forma unilateral. As modificações foram efetuadas sem nenhuma explicação ou comunicado ao Sindicato que justificassem os motivos da modificação. O Sinpro participa da comissão que elabora as portarias desde 2007. O texto anterior havia sido resultado de várias discussões entre o Sinpro e a Secretaria de Educação foi modificado.

O artigo 26, parágrafo 1º, incisos I, II, III e IV foram modificados pela equipe do gabinete do Secretário de Educação do antigo governo diminuem significativamente o número de coordenadores pedagógicos em várias escolas e também o artigo 22 deixa claro que os coordenadores somente serão liberados após o término do primeiro bimestre. Esses dois artigos desarticulam todo o trabalho pedagógico da rede.

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35 Responses to Portaria de distribuição de turmas traz prejuízos para a rede de ensino pública

  1. Vanessa França disse:

    É só não começarmos o ano letivo…Greve…

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  2. Resultado: Se já era muito complicada a situação dos coordenadores pedagógicos nas escolas até o ano passado, esse ano, será pior ainda. Difícil algum professor se sujeitar a essa situação. Bom… Rollemberg tem que tirar dinheiro de algum lugar para cobrir o rombo do Governo Agnelo. Errado é pensar que fazendo isso, terá algum lucro. Os prejuízos serão a longo prazo. Lamentável.

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  3. se o primeiro bimestre é a base e não precisar de coordenador ,então o restante do ano não vai precisar, ou começa no inicio ou nada feito, não é bagunçado não, né…

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  4. vamos vÊ se o novo governo irá permitir esse retrocesso, falando nessa portaria tem um item que não concordo no que se refere a pontuação de quem atua no ensino especial, 30 pontos para cada ano trabalhado, sendo que na alfabetização é 6 pontos para cada ano trabalhado, não concordo com essa pontuação que se tratando de formação e cursos todos nós temos o direito de optar por qual área devemos atuar, quem é da área de atividades sabe do que estou falando, WD gostaria de saber quem tornou essa pontuação absurda, sendo que na prática alfabetização e ensino especial em termo de dedicação é a mesma coisa, falo isso que na minha escola, tem uma colega que atua 5 anos numa turma especial e é bem mais nova de secretaria e ano passado ela passou na frente de muitos pois só nesse item de 30 ela fez 150 pontos, me senti discriminada porque na alfabetização a gente só faz 6 pontos e trabalha mais com a sala cheia e turma inclusiva.

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  5. Sem pagamento gostaria de saber se o calendário desse ano, conforme o que fora publicado, será mantido? Por que o Sinpro não aciona Agnelo na justiça por danos morais e materiais? Esses danos nos foram causados e ninguém será penalizado! Ridículo !

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  6. Uma enorme perda e uma contradição gigantesca para a efetivação da organização do trabalho pedagógico e da real e possível implementação de um currículo integrado com atividades multi, pluri e até inter, Veiga, Villas Boas, Santomé, Moreira e tantos etudiosos do currículo e da função do coordenador pedagógico nos lembram dessa importância do profissional que contribui para que a maioria das tatefas pedagógicas intetgradoras se concretizem!Quando GESTÃO, COORDENAÇÃO e CORPO DOCENTE não dialogam ou não trabalham em prol de um mesmo projeto educacional (PPP/Currículo), e aqui falo de documentos locais, construídos coletivamente, baseados nos prescritos, mas que atendam a especifidade da demanda regional, que busquem a formação de um perfil de saída altamente capacitado, neste caso um estudante capaz de adquirir conhecimentos de alto nível, como nos alerta Savianni, estes conteúdos sistematizados só podem ser plenamente organizados democraticamente por meio do currículo em ação (SACRISTÁN,2000), aliás autor de referência da teoria crítica de currículo, base do nosso documento distrital, “o currículo em movimento”. Por isso, insisto, como curriculista que sou: sem oferecer o mínimo, (como o pessoal, neste caso me refiro aos coordenadores pedagógicos), DESDE O INÍCIO DO ANO LETIVO, cairemos mais uma vez na execução de um projeto educacional baseado em slogans e no improviso, que em nada contribuí para a verdadeira emancipação das pessoas.

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  7. começar o ano sem coordenadores é BURRICE!!!

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  8. E tem mais, como um professor que resolve se quilificar, meu caso e de muitos, dois anos cursando um mestrado acadêmico, depois retorna e é penalizado, com apenas podendo fazer 09 pontos por ano de afastamento, autorizado pela SEDF. Em 2014 eu já havia alertado para esta enorme injustiça na portaria daquele ano e parece que neste quesito NADA AVANÇOU: e eu me desanimo mais, e concluo: PUNIÇÃO PARA QUEM RESOLVE SE QUALIFICAR, TRISTE MUITO TRISTE!

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    • mtheyla disse:

      Concordo com você, Francisco. A qualificação dos servidores não é estimulada e as portarias de distribuição de turmas, ano após ano, são provas contundentes disso: baixa pontuação e perda de lotação na escola de origem. Tal situação só irá mudar quando as pós-graduações (especialização, mestrados acadêmico e profissional e doutorado) forem exigidas por força de lei. Daí veremos os responsáveis se moverem, inclusive, oferecendo (em larga escala e a toque de caixa) as citadas qualificações, como ocorreu quando as licenciaturas plenas tornaram-se obrigatórias. Lamentável isso…

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  9. Andre M disse:

    Espero que o governo atual reedite essa portaria, pois ela está na contramão de uma educação democrática e de qualidade.

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  10. Em épocas de vacas magras, o jeito é cobrir um santo descobrindo o outro. O ideal seria começar com os coordenadores atuando, mas em nenhum ano do governo anterior isso aconteceu. Fazia-se a distribuição, escolhia-se os coordenadores, e na medida do possível, com a chegada de novos professores ou contratos, eles iam assumindo as coordenações. Acho, inclusive, que as vagas nas regionais teriam que estar submetidas a esse critério. Temos milhares de professores readaptados que poderiam estar assumindo essas vagas, tanto nas CREs como na sede. Outra alternativa seria a substituição dos professores que estão em cargos administrativos, tanto nas regionais como na sede. Acho mais prudente, por parte da categoria, assumir esse sacrificio agora e mantermos os salários em dias. Não creio que o governo federal vá facilitar a vida do GDF, mesmo sabendo que não foi ele que provocou esse rombo.

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  11. Tem que convocar mais professores aprovados em concurso. Mas antes porém, temos que preencher a enorme carência de profissionais.

    Como pai de aluno de escola pública pergunto o que você acha mais importante Washington: ter professores nas turmas, ou turmas sem professor para ter coordenador?

    O cara tá tentando arrumar a bagunça que o seu partido fez. Deixa o cara trabalhar. Depois criticamos se for o caso.

    Se o Sinpro não fosse tão partidário (CUT e PT) talvez tivesse mais trânsito e gozasse de maior respeito entre categoria e governos que vêm e vão…

    Pronto falei!

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    • Josefa,

      Como pai de aluno da escola pública entendo que a prioridade do Governo tem que ser garantir professores em sala e coordenadores atuando e pronto. Prioridade é prioridade.

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      • Como mãe de aluno em rede públuca, quero ensino de qualidade, o que tràz consigo todas as esferas…Direção, coordenação, comunidade escolar…
        Que qualidade terà se meu filho mudar de professor após um bimestre de trabalho? Ou se o professor não conseguir exercer sua função com total desempenho por falta de coordenação direcionada?
        Como mãe de aluno ,gostaria que professores fossem capacitados de forma digna , e remunerados com justiça, pela excelência de trabalho.
        Como mãe de aluno gostaria de saber que os professores , estariam nestes dias tranquilos, e não apreensivos sem saber se vão poder curtir as fèrias como planejadas, para que se comec3 o ano letivo, com energia para rotina escolar que não è fàcil.

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  12. Meu deus.. Professor que tem preguiça de trabalhar ou medo de sala de aula SEMPRE corre pra coordenação. Já trabalhei em 5 escolas nesses 6 anos de carreira e NUNCA recebi ajuda de coordenador. O papel deles é ficar indo pra reunião sem futuro em regional. FATO.
    Se não querem ficar em sala de aula, mudem de profissão.

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    • mtheyla disse:

      Marcos, respeito seu relato e já senti na pele, nestes 16 anos em que estou na secretaria, situações similares a que você relatou. Contudo, mas sem pretensão de diminuir sua fala, quero apontar o “outro lado da moeda”: para minha sorte, na escola em que lecionei nos últimos 6 anos aprendi o verdadeiro valor de uma coordenação bem feita e responsável, com colegas dedicados e altamente atarefados. Neste ambiente observei que o coletivo de profissionais, em sintonia, fortalece demais nossa prática pedagógica. Confesso, Marcos, que já pensei como você e via a coordenação como algo entre aborrecido e inútil, mas, depois da experiência positiva que vivi, não só valorizo a coordenação como já oriento meu planejamento para ela. Não sou leviana, sei que sempre há algo a ser melhorado na coordenação, entretanto, reconheço a importância e utilidade deste espaço que foi conquistado com muito esforço e que nem todos, seja em escolas públicas de outros Estados ou particulares aqui mesmo do DF, podem contar. Respeitoso abraço.

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      • Olá, Mtheyla.
        Não sou totalmente contra a função do coordenador. DIsse apenas que esse modelo adotado nas escolas públicas serve apanas para professor fugir de sala de aula.
        Antes de ingressar na SEDF eu estagiei e deu aula em algumas escolas particulares. Nestas escolas, os coordenadores ficavam sempre pelos corredores auxilando a todos, revisavam nossas provas para nos aconselhar ou alertar sobre itens duvidosos, entravam em sala para auxiliar em atividades dinâmicas, participavam de aulas campo, etc. Não duvido do seu relato, mas creio que não exista coordenador que faça nem a metade do que um de escola particular faz. Infelizmente, o salário nas particulares é menor.

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  13. Colega,

    Nos anos anteriores a portaria de distribuição de carga e que delimita o quantitativo de coordenadores era publicada no final de janeiro ou início de fevereiro, desta vez foi publicada em 31/12/2014, possibilitando o debate e sugestões de alterações até o dia 04/02/2015.

    Abraços,

    Güidi Nunes

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  14. Todo mundo sabe que não é bem assim.Coordenador é sempre o primeiro a chegar e o último sair da escola

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  15. Fui coordenadora e acredito que desempenhei minhas obrigações com louvor diante dos meus coordenandos, provas, sequências didáticas, projetos interventivos, etc. Não desempenhei essa função para fugir de sala e sim para contribuir a uma educação melhor aos nossos alunos, onde poderia buscar mais novidades facilitando trabalho da equipe, melhorando rendimentos e sanando dificuldades. Muito me entristece ler um comentário desse de um colega, pois nós professores devemos buscar melhorias para nossos alunos, enriquecendo cada vez mais as aulas, buscando de fato o interesse, pois na era da informática estudar em sala com professor antiquado se torna um martírio. Estar em sala de aula é mais cômodo, pois temos só a responsabilidade com alunos, agora estar na coordenação é muito mais trabalhoso pois a responsabilidade aumenta diante de colegas, alunos e comunidade, com horário apenas para entrada, sendo sempre o último a sair. Caso a realidade e a visão não condiz com obrigações sérias de um coordenador, não quer dizer que em todas as escolas tenha a mesma. Existem muitos profissionais comprometidos e responsáveis com a educação. Se vc tem essa visão acredito que na sua escola tenha oportunidade de experimentar a função e assim exercer da melhor forma possível. O coordenador é importante desde o primeiro dia até o último, cabe à nós tentar discutir e assim pedindo a revisão dessa portaria. Nós professores precisamos rever nossa postura diante dos acontecimentos, nos unindo e lutando por uma educação digna aos nossos alunos, tendo mais responsabilidades e comprometimento. Julgando e denegrindo nossa imagem vamos piorar ainda mais e é por isso que o país está dessa forma, sem respeito a nossa categoria e sem valorização. Pior, sendo comandados por tanta corrupção.

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  16. Ana Rodrigues disse:

    Olha se cada um realmente tivesse cumprindo a sua função de forma correta e ética, essas coisas não estariam acontecendo. Sabemos infelizmente que é a minoria de coordenadores que cumpre efetivamente com as suas obrigações, tanto é que professores ficam horas na escola além das horas extras em casa sem remuneração, programando suas aulas, porque nas escolas os coordenadores, monitores e etc estão cumprindo outras funções burocráticas que não as suas de verdade. Quando um governo ameaça ir as escolas investigar para saber se todos estão cumprindo suas funções, vejo gente apavorada, revoltada, indignada com a situação. Acho que é obrigação de todos nós zelar pela coisa pública: educação, saúde, segurança, transporte, etc. É obrigação nossa nos fiscalizar uns aos outros. A gente fiscaliza os políticos e o Estado nos fiscaliza, isso é democracia de verdade. E não esse oba-oba que está acontecendo no Brasil. Funcionário Público, Políticos e tudo mais acham que são intocáveis, porque uma lei lhes asseguram estabilidade, e é justamente essa tal estabilidade, assinada por Fernando Collor e Jarbas Passarinho que está assolando o país. O que é controverso porque a tal estabilidade foi criada justamente porque os funcionários estavam desmotivados a trabalhar em repartições públicas. Porém junto com a lei foi criado também o Código de Ética do Servidor Público, assinado por Fernando Collor e por Zélia Cardoso de Melo. Estou relatando esses fatos da História para lembrar que ou a gente aprende com a História, quebra paradigmas e caminha rumo ao horizonte, ou vivemos em um círculo aonde a gente volta ao ponto de partida e a História só vai se repetindo…

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  17. Ana Rodrigues disse:

    É engraçado! Todo mundo quer o Brasil como a Suécia! Passar pelo mesmo processo pra chegar até lá ninguém quer!
    Fui defensora ferrenha dos companheiros “PT”! Cegueira ou ingenuidade!? Sei lá!!! Só sei que hoje entendo porque a metade da população desse país não suporta mais ouvir falar dos “companheiros” sangue-sugas que acostumaram a mamar nas tetas da mamãe pátria! Não sou nenhuma efetiva do quadro, mas eu e muitos que dependem do “serviço público” conhecemos bem as manhas e manias de cada categoria! Não estou aqui levantando a bandeira de ninguém, muito menos de políticos, depois da decepção “PT”!!!. Mas acho que como já bem colocaram aqui não está correto suprimir direitos já garantidos seja lá de quem for! Como o governo colocou, sem nenhuma discussão, enfiando goela abaixo! Assim também como não está correto suprimir deveres como muitos fazem, dando assim motivos para que governo e sociedade os trate com total desrespeito! E por isso mesmo a maioria fica calado e não se defendem! Poucos corajosos que estão com suas consciencias limpas e com a certeza do dever cumprido se manifestam! Todo mundo sabe que em Brasília há pelo menos uns 40mil professores, quantos aparecem em assembléias? Basta olhar no DFTV, uns mil, cinco mil!? E o resto estão aonde? Nas escolas?! Quantos dias letivos perdidos por “N” motivos?! Quantos médicos atendendo em seus próprios consultórios, enquanto apenas batem ponto nos públicos?! O alerta que fica é que se os próprios funcionários públicos (todas as categorias) continuarem agindo como os políticos (fazendo de conta que faz) o serviço público volta a estaca zero (sem valor, sem serventia), assim como era na era (Collor).
    É! Quando acabar a farra petista espero que o país realmente avance como merece.

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  18. É um momento que requer união da categoria …Não apenas para lutar por coordenadores e sim valorizar a engrenagem da educação que perpassa pela sala de aula e outros cenários funcionais que a compõe. Portanto, não vejo este momento propício para justificar “falhas” ou “in” ” competências” da função do coordenador.Estaremos colocando conquistas pelo ralo. Esse discurso, com todo respeito aos colegas que comentaram , permito aos que “estão de fora” , mas claro , com ressalvas.
    Reduzir o processo da educação apenas para a sala de aula unicamente, é suprimir a necessidade de se ter o diretor, o vice diretor, o supervisor etc.. que compõe um quadro necessário.
    É tão complexo que às vezes já senti que não houvesse necessidade do secretário ou ministro da educação…Já que muitas vezes alguns já assumiram a pasta sem nem mesmo ter afinidade com a Educação (por critérios unicamente político). Mas me enganei…..a diferença é o compromisso…( e qualificação) e não apenas a função. Se há coordenador que não faz sua função devidamente, será que podemos garantir que todos os outros profissionais da educação o fazem?
    A questão é reivindicarmos o cumprimento das atribuições de cada cargo ou função a quem é devido. Por isso penso que a escola é composta ( ou pelo menos deve ser composta) por alunos , professores, coordenadores, diretor e vice, supervisor , etc…E se não fizerem cada qual sua obrigação…que seja punido.

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    • Ana Ribas disse:

      Perfeito, Marisete!

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      • Obrigada colega Ana Ribas!
        A coordenação sem dúvida, é um espaço imprescindível ao deslinde de todo o processo educativo. Esse espaço foi conquistado aqui no DF. Quantos colegas da educação em lugares diversos no Brasil gostariam de possuir esse momento de trocas de experiências e planejamento e se curvam diante de uma carga horária de 2 turnos em salas de aula….sem o devido tempo para realizar um planejamento digno aos alunos

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  19. Ana Ribas disse:

    Nada como a vivência e o estudo para se poder falar sobre alguma coisa.

    Tenho 15 anos de trabalho e há 2 anos comecei na coordenação, estou atuando agora como supervisora e entendo quando os colegas criticam os coordenadores porque já vivenciei isso nas escolas que trabalhei: coordenadores que não trabalham como coordenadores, que trabalham ajudando nos corredores, que fazem só café, chegam tarde e vão embora mais cedo, já vi muito isso.

    Acredito que professor ao invés de dizer que não precisa ter coordenador, devia era cobrar dos coordenadores da sua escola que de fato trabalhem como coordenadores e escolher melhor na hora de votar, não devia votar só por camaradagem. O coordenador tem que ter perfil pra desempenhar a função de coordenador. A gente conhece os colegas, vê como eles trabalharam e acaba votando neles novamente por conveniência, até mesmo na escolha de turma pra pegar a vaga que seria do coordenador ou por medo de que um novo coordenador cobre mais do que o outro.

    Eu sei que em sala o professor está enfrentando a indisciplina, o desgaste de dar aulas para alunos cheios de problemas familiares e desinteressados, às vezes desrespeitosos, violentos e etc, mas não é por causa disso que temos que detonar a coordenação. Há excelentes professores e péssimos professores também, assim com diretores, coordenadores, etc. Eu não detono professor, pelo contrário, nem de piada de professor que gosto, nem compartilho. Eu respeito a minha profissão, não gosto de ficar falando mal pros outros, apesar dos enormes problemas que enfrentamos.

    Há professores que enxergam a coordenação como uma forma de fugir desses problemas da sala de aula e, realmente, vão pra coordenação e ficam só enrolando, mas eu convido qualquer colega que postou aqui a ir ao CEF 27 de Ceilândia e perguntar por lá como é o meu trabalho. Eu trabalho muito e não gosto de ler esse tipo de comentário, é a mesma coisa de falar que “professor não trabalha” porque ofende quem realmente trabalha.

    Eu estou na função a convite da Direção e com a aprovação dos professores da minha escola, não estou fugindo de nada, quando tiver que voltar para sala voltarei normalmente.

    Ser coordenador de verdade dá muito trabalho, se você resolver assumir a função como ela deve ser você trabalha mais do que em sala de aula (eu trabalho muiiiiiito). Eu acompanho tudo o que acontece na escola, até nos horários que não estou lá (via email, via whatsapp) e olha que minha escola tem 48 turmas e quase 60 professores. Tem dia que eu não consigo sentar, que eu não consigo ir ao banheiro. Aí vocês podem perguntar: por que está fazendo este trabalho então? Simplesmente porque eu me identifiquei muito, eu gosto muito do trabalho que eu faço e os professores da minha escola reconhecem o meu esforço e me ajudam muito, eu tenho a vantagem de trabalhar numa boa escola, com pessoas que valorizam o meu trabalho. Eu trago trabalho pra casa, eu organizo as reuniões, auxilio nos projetos, acompanho a elaboração das provas, atendo pais, ajudo a direção, faço várias coisas que não são pedagógicas para ajudar e acabo me sobrecarregando.

    Teve alguém que falou sobre acompanhar o trabalho do professor, dar dicas, é função do coordenador, mas vai cobrar de professor pra você ver como é difícil, todo mundo se ofende, porque já pensam logo que o coordenador é professor também e está querendo aparecer só porque saiu da sala de aula, quando na verdade, ele mudou de função e o professor não enxerga isso. Fora que somos todos concursados e agimos como se não tivéssemos “chefe” porque somos servidores públicos, aí é mais difícil ainda que na rede particular.

    Coordenação é espaço de crescimento, de estudo, de troca de experiências, de planejamento e não um horário a cumprir porque é obrigado. Não é um horário pra botar o papo em dia, pra ser negociado. Os colegas que eu conheci que são contrários à coordenação, defendem que cada um já sabe o que tem que fazer, que não precisa de reunião e ficam dando a mesma aula de quando tomaram posse anos atrás e a mesma prova todo ano e não estão nem aí pra melhorar e nem mudar nada, caindo seu dinheiro na conta está ótimo.

    Vou só acrescentar uma coisa, a coordenação é desvalorizada pelos próprios professores. Muitos professores não querem coordenar, até mesmo por falta de hábito (a nossa rede permite isso, é quase coordena quem quer), muitos acham chato e se esquecem que recebem pra isso.

    O colega Marcos disse sobre os coordenadores: “se não querem ficar em sala de aula, mudem de profissão”. Por essa lógica, se não precisa de coordenador, não precisa de coordenação e se não precisa de coordenação, professor deve dar aula em todos os horários ou mudar de profissão. LAMENTÁVEL.

    A que se valorizar e utilizar melhor o espaço da coordenação, pois se continuarmos dando aula cada um por si, sem trabalho coletivo, sem direcionamento, sem projetos e sem intervenções daqui há uns anos não conseguiremos mais ser professores.

    O governo não se importar com coordenador e não dar a mínima, eu entendo e até espero, agora professor, eu não consigo entender mesmo.

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  20. Ana Ribas disse:

    Corrigindo: Há que se valorizar… há com h.

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  21. Altina Mota disse:

    Ana Ribas vc é 10,100,1000!!!!!!!!!!! vc é show! Trabalho muito como coordenadora do integral,há 3 anos,e amei a sua fala. Parabéns,vc realmente é uma coordenadora.

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